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Instituto Superar recebe R$ 2 milhões sem licitação

A ONG Instituto Superar, que dá suporte a atletas paraolímpicos, recebeu R$ 2 milhões da Secretaria estadual de Esportes e Lazer do Rio em convênio publicado no Diário Oficial, segundo reportagem divulgada no sábado pelo “O Globo”. No entanto, de acordo com o jornal, o valor recebido foi repassado sem licitação para que a entidade fizesse transporte e rastreamento de cavalos e alugasse a hípica, onde foi realizado o Athina Onassis Horse Show, evento milionário que aconteceu no final de semana anterior e não contou com nenhum deficiente físico.

Essa foi a única experiência que a ONG teve com cavalos, segundo admitiu o presidente da instituição, Marcos Malafaia. “Nossa expertise não é transporte de cavalos definitivamente. Eu me ofereci, em 2009, para participar da organização e sobrou para mim essa função. Desde então, começamos a nos especializar. O meu pessoal administrativo começou a entrar em contato com uma empresa aérea, com as empresas que fazem a importação temporária dos animais. Adotei essa estratégia: primeiramente, entro no evento, participo da organização e depois consigo fazer com que eles introduzam o nosso atleta paraolímpico”, afirmou.

Segundo Malafaia, a ONG está construindo um centro de treinamento onde haverá equoterapia e hipismo. Esse projeto, que tem previsão de ficar pronto no final de 2012, recebe isenções fiscais do governo do Rio no valor de R$ 1,8 milhão.

Apesar de a função do Instituto Superar ter sido o de transporte de animais, isso não é revelado no site da ONG nem no do Athina Onassis. Apenas é dito que o instituto fez “uma consultoria de acessibilidade” para que houvesse acesso de deficientes em todos os locais do evento.

Já a Secretaria estadual de Esportes e Lazer explicou que a falta de licitação foi devido a ter sido convênio, o que precisa apenas que “haja interesse mútuo (por parte do governo, na realização da competição)”. A secretaria também alegou que foram fixadas contrapartidas sociais, como projeto de equoterapia, para que fosse repassado o dinheiro.

O presidente do Insituto Superar defendeu a ajuda do governo. “É o primeiro mundo do esporte, um oásis na gestão esportiva e lamentavelmente questionado, quando deveria ser copiado. Não é possível fazer um evento desse só com dinheiro privado. E não podemos questionar o investimento se o concurso foi entregue, se tudo funcionou perfeitamente”, explicou.

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