O preconceito ainda é o principal obstáculo para as pessoas portadoras de qualquer tipo de deficiência no país, disse nesta sexta-feira o cadeirante Geraldo Nogueira, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), durante o seminário Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, promovido pela OAB no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
Nogueira ressaltou que no Brasil a questão é cultural, mas que precisa ser vencida para que os deficientes façam parte da sociedade em igualdade de condições com as outras pessoas. “Existe um preconceito velado que nós não admitimos e todos nós, estou me incluindo nesse processo, fomos educados por uma sociedade preconceituosa. Então é uma questão cultural que precisa ser transformada. O ponto mais importante, hoje, é reverter o quadro do preconceito”, disse.
Ele enfatizou também que apesar do país ter melhorado na questão da acessibilidade, o portador de deficiência ainda encontra muita dificuldade no seu deslocamento. “O acesso tem melhorado bastante, mas ainda se encontram muitas barreiras físicas principalmente nas partes antigas das cidades. As cidades que são menores ainda têm essa dificuldade. Mas existe um processo de modificação. O Rio de Janeiro, inclusive, vai receber uma Copa do Mundo e uma Olimpíada e vai sofrer uma grande transformação. A gente espera que se torne uma cidade completamente acessível”.
O seminário, que teve o objetivo de discutir a situação das pessoas com deficiência no país, marcou também o lançamento do manual Compreendendo a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, de autoria da OAB-RJ e do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil.
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que visa a assegurar a todos os deficientes uma igualdade de direitos, foi aprovada pela Assembleia Geral da ONU em 2006. Atualmente, 147 nações que integram a ONU, incluindo o Brasil, de um total de 192 países, já assinaram a convenção.