Segundo o gerente de marketing do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), Marcos Malafaia, o Brasil sempre teve bons resultados em competições paraolímpicas, mas o grande salto veio a partir da aprovação Lei Piva, em 2001, que permitiu à entidade contar com um orçamento. Com parte do dinheiro arrecadado, a entidade ousou “Compramos os direitos de transmissão dos Jogos de 2004 e distribuímos gratuitamente para as emissoras brasileiras. Com visibilidade, seria mais fácil obter patrocínios”.
Naquele ano, no qual a entidade passou a contar com o apoio da Caixa Econômica Federal, o Brasil fez sua melhor até então e, com isso, o banco passou a organizar um circuito nacional de atletismo e natação. Paralelamente, vários paraolímpicos passaram a contar com o apoio do Bolsa-Atleta. “De Atenas para cá o investimento da Caixa aumentou em seis vezes”, conta Malafaia. “E com um calendário nacional regular, ficou mais fácil se preparar para a Paraolimpíada”, ressalta o nadador Daniel Dias, que voltou de Pequim com oito medalhas, quatro de ouro.
Segundo o diretor de marketing da Caixa, André Lopes, foram investidos R$ 6,390 milhões só este ano. “Além dos atletas também passamos a investir, por exemplo, nos guias (dos deficientes visuais)”. Os resultados logo apareceram. “De Sydney para cá triplicou o número de atletas com índice (em Pequim foram 188)”, conta Malafaia. E na China, o Brasil subiu de 14º para 9º lugar na classificação geral e com 16 medalhas de ouro, 14 de prata e 17 de bronze.