A partir do dia 30 de julho, portadores de necessidades especiais poderão freqüentar a Feira dos Importados sem transtornos. Nesta segunda-feira, uma comissão formada por representantes do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) e governo realizou visita preliminar ao local para avaliar o andamento da reforma. As obras, iniciadas em maio, vão garantir aos deficientes físicos maior acessibilidade ao local. Os custos, de R$ 736 mil, foram pagos pelos feirantes. O governo ofereceu ajuda de pouco mais de R$ 100 mil.
Após a reforma, os corredores da feira ficarão mais largos – de 1 metro para 1,50 metro. O piso do corredor central da feira foi trocado. Além disso, uma banca de dois andares foi demolida para abrir passagem aos cadeirantes
Os feirantes, no entanto, estão preocupados com a parte externa da feira, de responsabilidade do governo. Eles temem que as obras no centro comercial não tenham efeito se não houver melhorias na entrada. O presidente da Associação da Feira dos Importados, Absalão Ferreira Calado, cobra mais ações do GDF. “Fizemos tudo o que foi solicitado pelo Ministério Público. Agora, acho que o governo deveria ***prir a sua parte”, reivindica Calado.
As obras do GDF para garantir a acessibilidade na área externa da feira, no entanto, ainda devem demorar. O secretário de Justiça e Cidadania, Raimundo Ribeiro, explica que uma reforma na área depende da abertura de processo de licitação. “Ainda temos que determinar a empresa que vai atuar com a Terracap para garantir a acessibilidade na área externa da feira. Enquanto isso não for feito não poderemos começar as obras” afirmou o secretário.
O Ministério Público do DF encaminhou em outubro do ano passado carta de recomendação à Associação da Feira dos Importados. O do***ento mostrava um detalhamento das carências na feira a respeito da acessibilidade. O promotor Vandir da Silva Ferreira, que participou da visita nesta segunda-feira, ficou satisfeito. No entanto, ele reforça que uma avaliação final só poderá ser feita após a conclusão da obra. “A princípio, as solicitações foram atendidas. Só depois poderemos dar o laudo final. Caso ainda haja alguma pendência, deveremos entrar com uma ação civil pública”, afirma ele.
Obras
Apesar das ações para melhorar o acesso à Feira dos Importados, entidades que defendem os portadores de necessidades especiais criticaram as obras. Para o coordenador- geral do Fórum Permanente de Apoio e Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência no DF, Michel Platini, o alargamento dos corredores não é uma medida eficiente. Ele conta que os feirantes continuam usando todo o corredor para colocar os produtos fora das bancas. “De fato alargaram o corredor, mas o local continua obstruído por causa dos produtos expostos. As colunas nos corredores deixam a situação mais complicada para quem vai à feira”, diz Platini.
De acordo com os últimos levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), atualmente existem 300 mil deficientes físicos no DF. Nenhum levantamento foi feito até então para saber quantos deficientes freqüentam o local. Mas, para alguns feirantes, muitas pessoas já deixaram de fazer compras no local por causa das dificuldades de acessibilidade. “Nos últimos quatro anos os deficientes praticamente sumiram daqui. A situação ficou pior do que já era, mas acho que agora poderemos reconquistar esse público com as reformas. Todos estão empenhados”, prevê a vice-presidente da Associação da Feira dos Importados, Isilda Nascimento