Há sete anos, as pessoas com deficiência ganharam uma instituição que luta pelos direitos da classe. A Associação dos Deficientes do Gama e Entorno (ADGE) funcionava em uma área residencial da cidade. Desde 2005, a instituição se mudou para um centro comunitário no Setor Sul. Atualmente, a ADGE atende cerca de mil associados, entre portadores de deficiências física e mental.
associação surgiu quando três portadores de necessidades especiais se uniram para lutar pelos direitos e suprir a falta de uma representação ativa no Gama. Com isso, um grupo de 15 pessoas estudou sobre a legislação que ampara o deficiente, além de participar de reuniões e convenções sobre o assunto. Após três anos de trabalho, o primeiro apoio chegou e veio da Administração Regional do Gama. Hoje, a ADG também tem apoio da Central Energética de Brasília (CEB) e da Universidade Católica de Brasília (UCB), que doou 12 computadores para os trabalhos de inclusão digital.
Segundo o fundador da associação, Luis Maurício, o trabalho inicial foi bastante complicado, pois, muitas vezes, os próprios deficientes não se uniam em prol da causa. Para ele, a desunião contribuiu para que as pessoas ficassem cada vez mais desinformadas sobre as idéias do grupo.
Com a concretização da ADGE, os deficientes físicos da cidade passaram a lutar pelos direitos que eram violados, como a campanha do transporte público, por exemplo. “Há 40 anos a comunidade deficiente está na luta para conquistar esse benefício”, diz o associado Francisco Roques. “A partir desta conquista, a associação ficou conhecida por causa da luta para o bem estar da categoria”, completa.
Ainda segundo ele, a ADGE vai lutar por mais uma causa, com o governo do DF. Agora, pela questão do bloqueio feito pelas empresas de ônibus que limitaram a quantidade de viagens feitas por pessoa. Além disso, a classe também vai reivindicar a atual cota para deficientes na distribuição de lotes em novos assentamentos. “Várias categorias se mobilizaram para garantir sua moradia e agora nós vamos nos mobilizar também”, completa.
Com o passar dos anos e várias barreiras ultrapassadas, a associação quer também elaborar um projeto de ampliação. Entretanto, para a reforma acontecer, é necessária a ajuda de parceiros. Enquanto a idéia não se concretiza, os membros da associação planejam o que poderão oferecer à comunidade. “Serão oferecidos cursos de qualificação profissional, aulas de música, xadrez, treino de esportes adaptados, além de um ponto de encontro e lazer para a comunidade”, explica Luis Maurício.
A Associação dos Deficientes do Gama e Entorno conta com 13 funcionários voluntários. A instituição também sobrevive de maneira alternativa, recebendo doações de cesta básica, fraldas, produtos de higiene e limpeza, além de materiais para escritório. Os interessados em ajudar a ACDE devem ligar para o telefone 3385-4056.
POVO FALA
Qual a importância de uma associação voltada para o deficiente físico?
“Uma associação ativa como essa é essencial para o deficiente. É importante que uma instituição esclareça bem os direitos do portador de necessidades especiais”.
Caio Adriano, 27 anos
“Iniciativas como essa mostram que as pessoas mudam após participarem dela. Ao participar da instituição, passei a conhecer mais sobre os meus direitos e a viver de maneira mais confortável”.
Roesley Otaviano, 39 anos
“Cheguei do Pará há pouco tempo e estava muito chateado, pois sempre era maltratado por onde passava. Vi no trabalho da associação que o deficiente físico pode ser inserido na sociedade”.
Francisco Nazareno, 33 anos
“É muito bacana ver que as pessoas se sentem tão bem participando desta associação. É importante a inclusão das pessoas, as novas amizades que elas fazem”.
José Roberto, 30 anos