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05/02/2025
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Adaptação de veículos para pessoas com deficiência ainda é cara e burocrática

O carro adaptado tem sido uma alternativa para as pessoas portadoras de deficiência que buscam independência de locomoção. O Brasil tem cerca de 24,5 milhões de pessoas com deficiência – segundo o Censo de 2000 – e transporte público ainda inadequado na maioria das cidades.
 
O alto custo do veículo adaptado, no entanto, pode afastar o cliente. O preço varia entre R$ 150 e R$ 4 mil, de acordo com as alterações, segundo o gerente comercial de uma grande empresa especializada em adaptar veículos, Raul Oliveira Neto. A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfab) não tem dados sobre quantos veículos adaptados são vendidos por ano no Brasil. Mesmo assim, Oliveira diz que as concessionárias têm interesse nesse grupo de clientes.

“Montadoras e concessionárias procuram facilitar a compra desses veículos, que dispensam o uso dos pés e permitem que paraplégicos conduzam o próprio carro”.
Apesar dos descontos em impostos como IPI, ICMS e, em alguns estados, IPVA e IOF, os preços altos e a burocracia podem intimidar o consumidor. Antes de comprar o veículo, a pessoa deve passar por uma avaliação no Departamento de Trânsito (Detran), responsável por indicar as alterações necessárias, como o uso de câmbio manual ou automático, por exemplo.

Depois do exame, a pessoa com deficiência recebe uma documentação que deve ser encaminhada à Receita Federal e ao Detran. Só então, depois de aproximadamente 30 dias, é possível fazer a adaptação em um carro usado ou comprar um adaptado de fábrica com isenção de impostos.

Mesmo assim, o restaurador de obras de arte José Roberto Furquim, de 54 anos, acredita que vale a pena. “Na verdade, você passa a ter autonomia. No meu caso é fundamental, até porque moro numa região de chácaras e a minha locomoção seria impossível se não tivesse o carro”, afirma.

Depois de sofrer uma lesão medular que provocou a perda parcial da sensibilidade, da força e do controle das pernas, ele procurou, em 1984, adaptar o carro que já tinha. “Essa adaptação era bastante limitada e só podia ser utilizada em determinados padrões de carros. Foi um bom quebra-galho, me serviu durante muito tempo”, explica.

Apesar de o último carro já ter sido comprado com as adaptações de fábrica – uma na parte mecânica e outra na parte elétrica do veículo – Oliveira acredita que ainda falta muito para os carros adaptados ficarem realmente cem por cento. “Ainda não fica totalmente bom, perde-se muito das funções do carro”, afirma.

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