Segundo o vereador André Bandeira, eles obtiveram o melhor resultado para o município em toda história dessa competição. O vereador ressalta ainda que a data segue o Dia Internacional dos Portadores com Deficiência, criado pela ONU (Organizações das Nações Unidas). “Ainda hoje a barreira maior que os deficientes têm de transpor é a do preconceito”, informa Bandeira. “A data contribui para levar informação à população e também para lembrar que os deficientes também têm deveres e não só direitos”, completa.
Segundo ele, conforme o Censo do IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2000, Piracicaba conta com 14% da população com algum tipo de deficiência. São quase 45 mil pessoas. A maioria dos casos de deficiência é a intelectual. As de visão, auditivas ou múltiplas, geralmente congênitas são minoria, informa o vereador.
Segundo Ophir Figueiredo Júnior, presidente do Comdef (Conselho Municipal dos Direitos, Proteção e Desenvolvimento da Pessoa com Deficiência), seguindo a porcentagem da população com deficiência conforme preconiza a OMS (Organização Mundial da Saúde), Piracicaba conta com cerca de seis mil pessoas (entre as 45 mil) em idade economicamente ativa (dos 18 aos 35 anos) com algum tipo de deficiência que afeta a atividade laboral.
Tanto Figueiredo quanto Bandeira falaram à Gazeta sobre o principal problema que o deficiente encontra atualmente no município, que é o transporte público. “Apesar dos esforços da administração que praticamente dobrou o número de veículos, ainda não atende toda a demanda”, informa Bandeira.
O Comdef já preparou um projeto que prevê alteração da lei 8261/99, sobre o transporte adaptado, que atende somente o deficiente cadeirante. “Queremos que o transporte possa atender também as pessoas com dificuldade de locomoção, como as que usam próteses ou muletas, que atualmente não são atendidas por esse transporte”, disse Figueiredo. O documento está pronto e aguarda confirmação de um encontro – já solicitado – com o prefeito Barjas Negri para a entrega do projeto.
Eles também acreditam que o governo municipal possa exigir mais das empresas de ônibus que conforme forem renovando a frota, insiram nas linhas normais ônibus adaptados.
“Lutamos para inserir a pessoa com deficiência no mercado de trabalho, mas como ele vai se manter no emprego se não há transporte público que possa atendê-la. Como ela vai chegar ao emprego? Por essa razão buscamos mudanças na lei e também na ampliação da frota de ônibus adaptados”, comenta Figueiredo.
No evento da Câmara, a diretora do Centro de Terapia Ortomolecular, Cardiologia e Saúde Integral de Piracicaba, Rosângela Tolotti, apresentará palestra sobre o tema “Qualidade de Vida”.