MATO GROSSO

Deficientes físicos reclamam de falta de estrutura no maior aeroporto de Mato Grosso

Passageiros com deficiência são levados no braço até aeronaves. Falta de equipamento de transporte especial gera o problema.Passageiros com deficiência física estão com dificuldade para embarcar no maior aeroporto de Mato Grosso. Eles alegam que o espaço, localizado em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, não dispõe de um equipamento que faz o transporte do passageiro com locomoção limitada até a aeronave.

Juarez Fonseca, de 27 anos, é deficiente físico desde sofreu um acidente de trânsito. Por conta do acidente, ele apresenta dificuldades até na fala. Mais recentemente, viagens de avião tornaram-se um transtorno na vida dele. Para embarcar, ele precisa ser carregado até a aeronave. “Um pega atrás, o outro pega na frente descendo de ré [na escada] porque não pode descer os dois porque é perigoso. É esse o sistema”, contou o irmão de Juarez, Manoel Fonseca.

André Mazon, também deficiente físico, contou à reportagem que caiu ao ser carregado até um avião. Ele, que é administrador de empresas, disse que falta acessibilidade no aeroporto. “Eu caí do último degrau da escada até no chão da pista e acabei machucando a minha cabeça. Fui levado de ambulância para o hospital. Não deu nada grave, mas foi uma queda”, afirmou Mazon.
“Chega no aeroporto, a gente não tem equipamentos e acabamos sendo carregados [até o avião]”, complementou.

Sem equipamento especial
O equipamento que leva o passageiro com deficiência física até o interior do avião funciona como um elevador quando o aeroporto não tem pontes de embarque ou ainda quando a aeronave é estacionada longe do desembarque.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), uma resolução de 2007 determina que o equipamento deve ser providenciado pelas companhias aéreas. Na falta dele, as empresas precisam oferecer uma outra alternativa para transportar os passageiros.

O uso do equipamento não é obrigatório. Ele é apenas uma das opções. Por enquanto, ele é visto apenas nos principais aeroportos do país, como os de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Diante das reclamações, a Anac deve transferir a responsabilidade sobre esses equipamentos de acesso aos aviões para a Infraero e também prefeituras e concessionárias, caso elas sejam as administradoras do aeroporto.

O documento ainda não está pronto. Essa resolução da agência passa por uma revisão em ritmo lento e a orientação da Anac é que o passageiro que se sentir prejudicado faça uma denúncia pelo portal da Anac ou ainda pelo telefone: 0800-725-4445. Uma outra opção é procurar a Justiça.

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