ACRE

Hospital vai realizar 1º transplante de células-tronco da Bahia

Nesta quinta-feira, o Hospital Espanhol vai realizar o primeiro transplante de células-tronco da Bahia em paciente com trauma raquimedular. O coordenador do Serviço de Neurocirurgia da unidade de saúde, Marcus Vinícius Mendonça, faz parte da equipe médica do projeto de pesquisa para tratamento de paraplegia utilizando células-tronco e está à frente do procedimento.

Os primeiros testes foram iniciados no ano de 2005. Desde agosto de 2010, 20 pacientes paraplégicos voluntários participam do projeto que tem como objetivo a recuperaração neurológica.

O transplante de células-tronco vai possibilitar para esses pacientes uma nova perspectiva. Com a possível realização de sonhos deixados de lado, muitas vezes depois do acidente que levou à lesão. Mesmo que o paciente não volte a andar, o índice da recuperação de movimentos é muito grande. E o que poderia ser tachado como definitivo, viver o resto da vida numa cadeira de rodas, pode estar com os dias contados.

Com o transplante de células-tronco, renasce a esperança de milhares de paraplégicos em voltar a andar. Depois de desenvolverem o trabalho em cães e gatos com a deficiência física, onde os testes preliminares foram considerados bastante satisfatórios, o grupo de médicos baianos, com o pioneirismo no país, vai realizar os testes clínicos em humanos.

No ano seguinte foi a vez de um paciente com cirrose crônica no fígado passar pelo procedimento. Desde então as pesquisas evoluíram. O que fez com que o estado e a capital baiana ficassem no topo das pesquisas feitas com células-tronco e conseguisse um avanço e destaque mundial em relação ao tema.

Com isso, as terapias feitas com células-tronco deixaram de estar apenas no eixo Rio/São Paulo e chegou até o Nordeste, mas precisamente na capital baiana. E este vai ser o primeiro estudo em trauma raquimedular do Brasil que utiliza culturas de células- tronco mesenquimais. O tratamento, como outro qualquer, não funciona sempre, mas seu índice de sucesso chama a atenção até dos mais renomados especialistas.

Em Salvador, as pesquisas sobre transplantes com células-tronco tiveram início há 11 anos através de uma parceria com o Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Hospital Espanhol e Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTCHSR). O primeiro transplante aconteceu ainda em 2004, com um paciente que tinha doença de Chagas.

Doeças neurológicas

O Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC) é o primeiro do Norte-Nordeste e um dos oito centros credenciados pelo Ministério da Saúde para manejo de células-tronco em nível de Good Manufacture Practice (GMP) ou Boas Práticas de Manufatura.

Possui uma área de aproximadamente 700 metros quadrados, onde são realizadas pesquisas básicas e aplicadas na área biomédica, e investigações de doenças neurológicas (trauma raquimedular, epilepsia, lesão do nervo periférico), de doenças renais (insuficiência renal aguda), do diabetes (tipos I e II, com foco na regeneração de lesões teciduais), doenças cardiovasculares, doenças hepáticas e do envelhecimento.

Sobre este último, são monitorados e identificados os mecanismos que levam à transformação tumoral de células-tronco e a comparação do potencial terapêutico de células de diferentes origens.

O que é trauma raquimedular – É uma lesão que compromete a função da medula espinhal em graus variados de extensão. De acordo com pesquisas no Brasil, existem cerca de 130 mil pessoas com algum tipo de lesão medular.

No país, são constatados anualmente cerca de 40 novos casos por milhão de habitante. Na maioria dos casos, a lesão acontece com homens, na proporção de quatro para um. Na faixa etária entre 15 a 40 anos de idade.

As principais causas do trauma raquimedular são acidentes automobilísticos, queda de altura, mergulho em águas rasa e ferimentos causados por arma de fogo.

Related posts

Recomendações feitas pelo relatório do ECOSOC sobre o direito à educação

Eraldobr

ACCOR lança programa de inclusão

Eraldobr

Quero fazer um tetraplégico dar o pontapé inicial na Copa diz cientista brasileiroe 2014″, diz

Eraldobr

Leave a Comment