Para controlar o comportamento agressivo causado por uma deficiência mental do jovem Zaqueu Dantas, de 25 anos, a família dele, que não tem condições financeiras de pagar um tratamento, construiu um cômodo no quintal da casa da irmã do rapaz no Jardim Paulistano, em Sumaré, onde ele era mantido trancado com cadeado durante o dia e a noite desde de dezembro do ano passado.
No quartinho de cerca de dois metros quadrados, havia uma cama e um buraco para as necessidades. A comida era colocada duas vezes ao dia. Por causa do mau cheiro do local, os vizinhos deixavam as portas e janelas fechadas. Segundo a Polícia Civil, a Secretaria Municipal de Saúde sabia da situação há pelo menos dois meses.
O pai do jovem, o autônomo Damião Dantas, de 60 anos, alega que pediu ajuda à Prefeitura diversas vezes desde que o filho saiu de uma clínica psiquiátrica de Botucatu, onde ficou internado por dois anos. Disse também que a Assistência Social e funcionários do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) conheciam o caso. ‘Eles já vieram aqui. Sabem da situação, mas falaram que não tinha onde internar meu filho. Não tenho condições. Espero que agora meu caso seja resolvido, senão não vai ser nunca mais. Não é possível que não tenha um lugar neste Brasil para o meu filho ficar’, disse.
A Guarda Municipal (GM) esteve no local nesta quarta-feira (20/5) para verificar mais uma denúncia anônima. Os guardas encontraram Zaqueu sem roupa e com fome.
O membro do Conselho de Saúde Divino Antônio dos Santos esteve no local para resolver a situação. Segundo ele, a cidade não dispõe de clínicas de reabilitação, mas se for possível, ele será encaminhado para uma instituição em Indaiatuba.
O jovem Zaqueu foi levado do local para um centro de saúde. Ainda de acordo com Santos, se houve negligência da Secretaria Municipal de Saúde, o caso será investigado.