A Rede Anhanguera de Comunicação (RAC) coloca oficialmente no ar hoje (dia 27) o E-Braille, um canal dentro do portal Cosmo On-line com produção voltada a pessoas com deficiência visual. O projeto é uma iniciativa do Departamento de Educação da RAC. Quem não enxerga poderá ter acesso por meio de programas que fazem a conversão dos textos em voz. O canal pode ser acessado pelo www.cosmo.com.br.
O E-Braille surgiu a partir do Diário Braille, jornal produzido mensalmente pela RAC entre julho de 2000 e fevereiro de 2009. O jornal foi o primeiro do Brasil a ter conteúdo exclusivo para pessoas que não enxergam e tinha assinantes em todo o País e no Exterior. Além disso, era enviado gratuitamente para organizações não-governamentais (ONGs) e escolas que atendiam a pessoas com deficiência visual. De acordo com a coordenadora do Departamento de Educação da RAC, Cecília Pavani, a migração do jornal impresso para o site será uma forma de expandir fronteiras. ‘O acesso será muito maior. Basta ter um conversor de voz e a pessoa poderá acessar as notícias de qualquer lugar do mundo’ , explica.
Além de notícias sobre inclusão e acessibilidade, o E-Braille terá informações sobre educação, comportamento, economia e saúde. Haverá também a colaboração de colunistas, como a professora Vera Bonilha, que escreverá sobre língua portuguesa. A psicóloga e doutoranda em música pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Fabiana Bonilha, que é cega, assina a coluna Ponto de Vista, em que aborda temas relacionados ao dia a dia das pessoas com deficiência. Ela também é responsável por assessorar a produção do site.
A tecnologia e a informática têm sido responsáveis por expandir as ferramentas de informação para as pessoas com deficiência visual. Já estão disponíveis no mercado vários programas que podem ser instalados nos computadores e que fazem a leitura dos textos que estão na tela. Antes do surgimento dessa tecnologia, o acesso do cego à informação ficava restrito à produção de materiais no sistema braile, que é bastante restrita por causa do alto custo – cada folha impressa em texto normal corresponde a quatro laudas em braile. Além disso, as impressoras e máquinas que permitem a produção do material são pouco comuns no cotidiano dos cegos, já que também custam caro. Atualmente, o jogo com uma máquina e uma impressora custam, no mínimo, R$ 4 mil.