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Militares reformados querem voltar a ativa

Bombeiros e policiais militares reformados do Distrito Federal formaram uma comissão a fim de lutar pelo direito de voltar a trabalhar. O grupo, composto por dez pessoas, foi eleito pelos próprios agentes afastados. O objetivo principal é alterar o regimento interno dos órgão de segurança pública da capital federal que, de acordo com os militares, ainda exclui os deficientes. A ação é coordenada pelo Fórum de Apoio e Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência do DF e Entorno (Faped).
Dados da Diretoria de Pensionistas e Inativos da PMDF mostram que cerca de 600 policiais estão parados no DF. A maior parte deles foi afastada por ter sofrido algum tipo de acidente de trabalho. Segundo o coordenador da Faped, Michel Platili, a comissão foi criada para lembrar a sociedade que essas pessoas ainda tem muito o que oferecer. “O agente compromete sua saúde por causa do trabalho e depois o Estado o nega”, reclamou. Luiz Maurício Alves. De acordo com dados da Diretoria de Pensionistas e Inativos, existem cerca de 600 pessoas nesta situação no DF. “Eu não pedi para me tornar cadeirante”.
A idéia da Faped é integrar esses militares aos serviços administrativos das corporações. Hoje essas funções são desempenhadas por agentes aptos ao trabalho nas ruas. O argumento da comissão é de que além de dar uma nova oportunidade aos afastados, o governo ainda economizaria no efetivo de PMs.
A justificativa dada pela PM é de que a readaptação mudaria a função deles. Segundo o vice coordenador do Fórum, Luiz Maurício Alves, cerca de 27% do efetivos da Polícia Militar está emprestado a esse tipo de serviço burocrático. “Toda empresa contrata pessoas deficientes. A PM não pode ser diferente”, afirmou.  O objetivo da comissão tem um exemplo a seguir. Em 2001, a PM da Bahia mudou o seu regimento interno em prol dos deficientes.
Luiz Maurício contou que, recentemente, um cadeirante com 32 anos de serviço foi promovido a Major. “Ele entrou como aspirante”, disse. Segundo o vice-coordenador, isso não é possível aqui no DF. Alves explicou que se o policial quiser continuar no quadro de funcionários, ele não pode subir de patente. “Conheço pessoas que são soldados há sete anos”, declarou.

Auxilio Invalidez

A Faped agora tem mais um motivo para lutar. De acordo com o vice-coordenador, há alguns meses a PM contou o auxilio invalidez dos agentes reformados, no valor de R$ 400. Segundo ele, para receber o benefício, o militar precisa ser acompanhado diariamente por um enfermeiro. “Nós temos um gasto de quase R$ 1mil por mês, com remédios, consultas e manutenção dos equipamentos de apoio”, explicou. Para o coordenador do projeto, além de perder financeiramente, eles perdem também a auto-estima.

Lição de vida

Após servir a comunidade do Gama por 14 anos, Luiz Maurício Alves, foi atropelado e perdeu os movimentos das pernas. Afastado da PM há, aproximadamente, 10 anos, hoje o ex-agente se dedica a ajudar outras pessoas. Além do cargo de vice-coordenador da Faped, Alves preside a Associação dos Deficientes do Gama e faz parte da coordenação do Conselho do Direito do Deficiente do Distrito Federal. Luiz

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Autor: Gisele Diniz – Tribuna do Brasil – 27OUT08 -Grande Brasília

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