SANTA CATARINA

Deficientes físicos são encaminhados ao mercado de trabalho por meio do Ceada

Com cerca de 65 empresas parceiras, o Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação (Ceada), ligado à Secretaria de Estado de Educação (SED), desenvolve um programa de direcionamento da pessoa surda, realizando a inclusão do deficiente auditivo no mercado de trabalho, garantindo oportunidades e ampliando a cidadania de quem possui uma pequena limitação de comunicação.

O Programa de Inserção da Pessoa Surda no Mercado de Trabalho é coordenado por Simone Amaral Dornelles, que explica as duas fases do processo. “A princípio, o programa atende a jovens de 16 a 18 anos, por meio de estágio de seis meses. A seguir, ele pode ser contratado com carteira assinada, dependendo da solicitação e da procura das empresas”.

Simone acrescenta que as pessoas surdas que procuram o encaminhamento ao mercado de trabalho participam de um curso de Habilidades Específicas e Gestão, que aborda questões como horário, postura, vestimenta, documentação, ética e assiduidade na empresa. “O curso prepara a pessoa surda para a realidade vivida no estágio e futuro emprego”, diz Simone.

Adolescentes entre 14 e 15 anos participam do curso de Habilidades Específicas, bem como outras pessoas que nunca trabalharam, por conta do preconceito e da falta de oportunidades. “Já tivemos casos de pessoas com mais de 30 anos que nunca tinham trabalhado. Elas recebem as instruções do curso, para então conseguirem uma colocação”, expõe Cícera Celma Cosmo de Arruda, diretora do Ceada.

Estágio

Com contratos de seis meses, o programa de estágio auxilia no primeiro contato da pessoa surda com o mercado de trabalho. O pagamento é de um salário mínimo para quem se sujeita à carga horária de seis horas; e de meio salário mínimo, para quatro horas de trabalho.

Os três primeiros meses são pagos pela SED, e os últimos, pela própria empresa. Caso o empregador queira a pessoa surda por mais tempo, o contrato é firmado entre os dois, com intermediação do Ceada. O estágio não configura vínculo empregatício, servindo, sobretudo, como uma extensão do aprendizado.

Trabalho

O Ceada executa a análise do perfil do candidato, considerando sua escolaridade, idade e capacidade de comunicação, seja por libras (linguagem de sinais) ou por mímica e gestos. A seguir, é verificada, junto às empresas, a demanda por profissionais surdos e o encaminhamento para as vagas.

“Durante todo o estágio e também quando já estão empregadas, o Ceada acompanha para atender situações como não adaptação às tarefas e dificuldade de comunicação, evitando a desistência do candidato”, explana Cícera.

Vivência

Aldenir Quirino de Souza, agente de colocação e deficiente auditivo, conta, por meio da linguagem com as mãos, que o preconceito ainda é presente, mas que graças à legislação especial, como a Lei de Libras, e às cotas obrigatórias para contratação de pessoas surdas, o acesso e a aceitação têm sido mais fáceis.

Além disso, ele aponta como diferencial da pessoa surda a capacidade de concentração e o destaque em atividades que exigem foco e rapidez. Por não dispersarem com conversas paralelas e outras atenções, a pessoa surda consegue realizar a tarefa mais rápido e com a mesma eficiência.

Dentro das empresas, pode haver alguém com o mínimo conhecimento da linguagem de sinais. Em certos casos, o Ceada designa um intérprete para acompanhar a pessoa surda, que consegue se comunicar principalmente por meio de gestos e mímicas.

Empresas que tenham de 100 a 500 funcionários precisam ter 2% do quadro de funcionários com pessoas portadoras de deficiência, sejam deficientes físicos, visuais, auditivos ou com qualquer outro tipo de deficiência. Atualmente, 88 pessoas surdas encontram-se empregadas em Campo Grande, por meio do trabalho do Ceada, que também conta com o apoio da Fundação de Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab) e Ministério do Trabalho e Emprego. (Fonte: Portal Notícias MS)

Related posts

Acic discute cursos de capacitação para deficientes

Eraldobr

Agetran emitirá credencial para vagas exclusivas de deficientes físicos e idosos

Eraldobr

Empresa de Transporte Rodoviário começa operar em dezembro

Eraldobr

Leave a Comment