– A gente não consegue avançar muito, parece que há uma barreira. Não está escrito, mas parece que a gente pode ir até um determinado ponto e dali não pode passar. O Senado avançou muito na questão da acessibilidade, mas uma pessoa com deficiência teria enorme dificuldade para exercer um mandato ou um cargo na Mesa do Senado, porque o acesso não lhe é permitido. Ela teria que ser carregada. Devemos perseverar na conquista de uma condição diferenciada – afirmou.
Mesquita Júnior sugeriu que o presidente da República convocasse os prefeitos para firmar um pacto para a realização de pequenas obras que garantam acessibilidade às pessoas com deficiência. Para isso, acrescentou, o presidente poderia reunir os ministérios da área social e reservar recursos orçamentários para essas obras, que os prefeitos se comprometeriam a realizar em dois anos.
– Um semáforo sonoro, rampas em calçadas são obras pequenas, singelas, mas que fazem uma diferença enorme para as pessoas com deficiência – frisou.
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse, em aparte, que realmente não vê prefeitos procurarem os senadores em busca de recursos para a acessibilidade em seus municípios. Ela apoiou a sugestão de Mesquita Júnior, lembrando que cerca de 10% da população brasileira tem algum tipo de deficiência.
– Eu achei fantástica a sua idéia. A prefeitura da capital do meu estado, Campo Grande, está alterando as calçadas para deficientes visuais, mas apenas no centro da cidade. Isso é muito pouco – disse.
O senador Romeu Tuma (PTB-SP) lembrou que, quando foi 1º secretário da Mesa, pesquisou uma maneira de melhorar o acesso dos deficientes ao Senado. Ele disse ainda que encaminhou ao Parlamento do Mercosul um projeto de resolução para unificar a legislação dos países que integram o bloco no que diz respeito às pessoas com deficiência física.