Com nove carros adaptados, Joinville tem 3% da frota de táxis para uso preferencial de pessoas com deficiência física, sem diferenciação de tarifa. São veículos com rampas de acesso para cadeirantes. Os carros também são os indicados para idosos e pessoas com alguma dificuldade de locomoção, pois os motoristas foram capacitados para o atendimento desse público.
O sistema surgiu com uma lei municipal de 2012 que determina que 2% da frota de táxi do município atenderiam os cadeirantes permanentes e temporários. Com isso, a Prefeitura fez concessões com taxistas que se interessaram no serviço. Em novembro de 2013 o primeiro carro adaptado começou a circular na cidade. Em abril deste ano, seis carros desse tipo estavam à disposição da população. “Eles foram chegando aos pouco conforme o interesse dos taxistas e a adaptação nos carros”, explica Lindonfo da Trindade, presidente da Cooperativa Radiotáxi.
A opção aumentou as alternativas de mobilidade para deficientes físicos de Joinville, que já contavam com o Transporte Eficiente, um micro ônibus adaptado que circula na cidade, além dos ônibus do transporte coletivo também adaptados.
O serviço diferenciado, porém, tem causado desconforto entre os taxistas. Os condutores dos veículos adaptados têm o direito a parar em qualquer ponto, o chamado “ponto livre”. A liberação está assegurada no edital lançado pela Prefeitura, mas a permissão desagrada taxistas que trabalham no sistema de “ponto privativo” ou “fixo”, onde o táxi volta para o mesmo lugar depois das corridas.
Os membros da categoria que estão reivindicando mudanças no sistema acreditam que há concorrência desleal. “A situação já não está fácil porque têm muitos carros na praça, aí vem esses (os adaptados). É um absurdo porque eles não pegam só deficientes”, relata Cinésio Mendes, 63 anos, taxista com ponto fixo na rodoviária. De acordo com o edital, os carros adaptados podem prestar serviços para pessoas sem deficiência, desde que eles concorram com os outros veículos.
O Sindicato dos Taxistas de Joinville informou que algumas reuniões devem ocorrer para que se chegue a um acordo. Uma delas vai acontecer nesta segunda (14), às 19h30, na Câmara de Vereadores. O encontro, que busca uma solução para o impasse conta com a presença de taxistas, membros da Comissão de Urbanismo da Câmara de Vereadores e representantes da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura Urbana).
Custo alto para manter o serviço justificaria ponto livre
A adaptação feita em veículos que transportam cadeirantes custa R$ 30 mil, mas o serviço é feito em apenas dois tipos de carros, que somado ao investimento da adaptação chega ao custo de cerca de R$ 90 mil. Os táxis convencionais podem custar até a metade deste valor. Segundo o presidente da Cooperativa Radiotáxi, fatores como esse justificam a permissão para que táxis adaptados tenham ponto livre. “É necessário porque são carros de manutenção cara, que não dá para trocar todo ano como os outros”, defende Lindolfo da Trindade.
Além disso, por causa do espaço destinado para os cadeirantes o carro não pode ser abastecido com GNV (gás natural veicular), que torna o serviço mais barato para o motorista. “Se não houver algum benefício para nós, não é lucrativo ter carro adaptado. Nosso carro custa três vezes mais do que um normal, então temos que ter alguma vantagem”, afirma Elder Martins, 49 anos.
Para Eduardo Moro, 32, também taxista com carro adaptado, a questão passa por falta de costume com o sistema. “É um pouco de ignorância da parte dos outros taxistas não aceitarem, talvez isso mude com o tempo”. Ele ainda ressalta que a reclamação dos taxistas atenderem a pessoas sem deficiência não é justa, porque só o lucro no serviço com cadeiras não dá o retorno para cobrir o investimento e manutenção do veículo adaptado.
Para a diretora da Adej (Associação dos Deficientes Físicos de Joinville), Nilza Schramm, o direito de ponto livre deve ser mantido. “É importante que eles (os táxis adaptados) não fiquem concentrados e circulem por espaços como a rodoviária, hospitais etc”.
Telefones de contato para chamar táxis adaptados
Carlos Pedro Pantaleão Petcher 9691-0536/8424-0949
Elder José Martins- 9680-8475
Alan David Chaves 9777-0444
Giuliano Hering 9720-0300
Fabiane Marques de B. Martins 9907-9696
Lindomar Amado da Cunha 8818-6969/9964-1221
Marcos Roberto dos Santos fone 9262-5090
Eduardo Moro 9995-0473
Almir Schmitz 9984-6052