O documento é peça fundamental para orientar ainda que vai encarar o sedentarismo, pessoas com problemas cardíacos, diabéticos, hipertensos, idosos entre tantos outros. A Sociedade Brasileira de Cardiologia – SBC vai apresentar durante o 68º Congresso Brasileiro de Cardiologia, que começa neste sábado, dia 28, no Rio, a primeira Diretriz do mundo que orienta os médicos sobre como avaliar as condições de um deficiente físico, para que ele comece a se exercitar, praticar esportes ou mesmo se tornar um atleta competitivo numa paralimpíada. O documento, que demorou três anos para ser preparado e pode ser acessado no Portal da SBC,
www.cardiol.br, é fruto do trabalho de 40 especialistas da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
O editor da Diretriz, Nabil Ghorayeb, conta que nas últimas décadas a Medicina passou a encarar o sedentarismo como nefasto para a saúde e hoje pessoas com problemas cardíacos, diabéticos, idosos e deficientes físicos são estimulados a praticarem exercícios. “Os médicos se queixavam, porém, da falta de uma Diretriz que os orientasse sobre que exames pedir para alguém que resolva começar a se exercitar seja caminhando, seja numa academia, seja ainda tornando-se um atleta profissional e, em consequência, que tipo de exercício e com que intensidade recomendar.
“A Diretriz tem três capítulos, que indicam como avaliar quem vai começar a se exercitar, como prevenir a morte súbita no esporte, ocorrência frequente no Brasil e como avaliar e iniciar o deficiente físico num programa de condicionamento”, diz o presidente da SBC, Jadelson Andrade. Ele explica a oportunidade da Diretriz pela proximidade da Copa do Mundo, das Olimpíadas e Paralimpíadas, que farão com que milhões de brasileiros comecem a se exercitar.
Atualmente, apenas 10% da população faz exercícios na frequência recomendada, de cinco vezes por semana, e quem pretende se exercitar precisa procurar seu médico para um exame clínico. “O especialista precisa saber que exames solicitar levando em conta o histórico do paciente, se deve ou não pedir um teste ergométrico em esteira, um eletrocardiograma, ou se basta o exame clínico e um eletrocardiograma”, lembra Nabil Ghorayeb.
A Diretriz é um documento que responde às perguntas do médico, orienta sobre a avaliação, exames a serem solicitados, o acompanhamento para verificar a evolução do paciente, evitando que ele se lance sem preparação adequada em desafios como uma maratona ou outra corrida de rua. “Esses esforços inusitados numa corrida muito longa exigem muito do coração”, explica o editor. “Não é incomum que provoquem uma arritmia, uma isquemia ou mesmo um infarto e parada cardíaca”, completa.
O teste de esforço, na esteira, imita em ambiente seguro a carga que o coração enfrenta numa prova de rua e se o paciente for propenso a arritmias ou tiver problemas nas coronárias o teste mostrará e o médico indicará então o tipo de exercício para um exercício seguro.
EXERCÍCIO DO DEFICIENTE PREOCUPA
A Diretriz dedicou todo um capítulo ao deficiente, pois o sucesso dos brasileiros nas Paralimpíadas está levando milhares de deficientes a abraçarem o esporte, principalmente depois que a seleção brasileira de futebol de cegos tornou-se tricampeã nas Olimpíadas de Londres.
O Brasil tem crescente número de nadadores deficientes físicos, de deficientes que disputam provas de atletismo, de corredores amputados que correm graças a próteses de alta performance e cada vez mais deficientes visuais disputam corridas como a São Silvestre, com os braços ligados por um cordão a um guia também corredor, que enxerga. “É para os médicos desses atletas e dos deficientes que querem começar a se exercitar, que foi preparado o capítulo da Diretriz sobre avaliação do deficiente”, conta Ghorayeb.
SERVIÇO:
68º Congresso Brasileiro de Cardiologia
Local: Riocentro
Endereço: Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro
Datas: 28 de setembro a 01 de outubro de 2013
Informações: http://congresso.cardiol.br/68/