A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos tenta reduzir o desrespeito às vagas de estacionamento para idosos e portadores de deficiências. Para isso, está lançando a segunda fase de uma campanha para conscientizar os motoristas que estacionam em local indevido.
Na primeira etapa, distribuiu folhetos informando a multa para quem desrespeitar os direitos dos motoristas idosos e com mobilidade reduzida. Na segunda ação, batizada de Respeitar É Legal, a equipe de educadores da companhia porá dispositivos semelhantes a luvas de papel nos retrovisores dos veículos sem o credenciamento necessário para estacionar em vagas reservadas.
Numa arte com o desenho de uma cadeirante e de um idoso, haverá um destaque em amarelo: “Desculpe ocupar este espaço, mas você ocupou o nosso antes. Idosos a partir de 60 anos e deficientes físicos têm direito à credencial. Informe-se na CET-Santos ligando para (13) 3233-3236 ou 0800- 771-9194 (opção 2)”.
Por toda a parte
Basta percorrer vias da Cidade para notar a necessidade da iniciativa da CET.
Há exemplos até mesmo em órgãos oficiais: ontem de manhã, A Tribuna viu uma viatura da Delegacia do Idoso, da Polícia Civil, estacionada numa vaga para deficientes físicos. O flagrante ocorreu na Rua Itororó, perto da Avenida São Francisco, no Centro.
Não é uma cena isolada. Poucos quarteirões adiante, bem ao lado de um quiosque da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), um VW Jetta prata jazia em outra vaga para portadores de deficiências. Estava na Praça José Bonifácio, também no Centro.
O dono pôs um cartão de estacionamento, mas, nesse caso, não valeu: teve computados três pontos na carteira de habilitação e R$ 191,54 de multa.
Poucos metros adiante, na mesma face da praça, dois carros, um VW Fox preto e um Fiat Tipo prata estão em vagas reservadas a idosos. No Fox, um senhor que já passou dos 60 anos afirma que ainda não apanhou o cartão de idoso, mas que sua esposa estava no Poupatempo, para pegar tal documento com a CET.
Terá dificuldades: esse cartão só é distribuído aos idosos na sede da CET (na Avenida Rangel Pestana, 100, na Vila Mathias).
Adiante, mais casos: um Fiat Mille de empresa estacionado diante de uma oficina de motos, na Avenida Senador Feijó, estava em uma vaga reservada com o pisca-pisca ligado.
E os prejudicados?
Metros adiante, na esquina com a Rua Júlio de Mesquita, um Fiat Doblò adaptado para comportar uma cadeira de rodas e identificado com os cartões de deficiente físico e de idoso está parado numa área de embarque e desembarque de mercadorias.
Sua proprietária, a comerciante Claude Debski, de 68 anos, esposa de cadeirante, não pôde estacionar na vaga reservada para um veículo de deficiente físico, ocupada por dois carros de passeio.
Claude, motorista que tem autorização para estacionar tanto na vaga para deficientes motores como na de idosos, foi empurrada para a ilegalidade.
“As pessoas não têm consciência, não têm ética. Não sabem viver em sociedade. Quem tem consciência não para na vaga de deficientes”, comenta ela. E diz: “Mesmo com autorização para estacionar na vaga de idosos, quando não estou transportando meu marido, paro nas vagas normais para respeitar os direitos de quem precisa das reservadas”.
Fonte: A Tribuna