O novo hospital fica na Vila Andrade, na zona sul da capital, em uma travessa da avenida Giovanni Gronchi, na região do Morumbi. A estação de metrô mais próxima é a Giovanni Gronchi, a cerca de 2 km de distância do centro de saúde. A estação faz parte da Linha 5-Lilás, que liga o Capão Redondo ao Largo 13 de Maio, em Santo Amaro, e não tem interligação com as outras linhas.
Os ônibus que passam na avenida mais próxima fazem trajetos que cobrem somente parte da zona sul, a região de Pinheiros e as principais rotas até o centro da cidade. Quem sai de outras regiões da cidade tem de fazer pelo menos uma baldeação.
O governador José Serra (PSDB) conta com a expansão da rede de metrô para melhorar o acesso ao centro de reabilitação. “Nós vamos ter uma estação de metrô a 2 km daqui e a Linamara (Rizzo Batista, secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência) vai organizar um esquema de transporte da estação até aqui. O acesso vai ser fácil com toda a expansão da rede de metrô. Então, se alguém quiser vir de Itaquera pra cá, poderá vir com conforto significativo”, disse ele em discurso de inauguração do hospital.
O projeto de expansão da Linha 5-Lilás prevê que a interligação com a Linha 1-Azul na estação Santa Cruz e com a Linha 2-Verde na Chácara Klabin fique pronta daqui a três anos, em 2012.
Apesar da inauguração oficial hoje, o hospital começou a funcionar no dia 3 de agosto, segundo Linamara Rizzo Batista. O local foi equipado com aparelhos modernos de fisioterapia, oficinas de capacitação e integração com uma rede de educação à distância na área de saúde criada pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
O paciente Rosalvo Domingos Guimarães, 65, começou o tratamento no instituto no começo de agosto. Diabético, ele teve a perna direita amputada há um ano. Antes de o centro de reabilitação abrir, Rosalvo ia a consultas em uma divisão de reabilitação do Hospital das Clínicas no Jardim Umarizal, zona sul de São Paulo.
“É a primeira vez que eu uso essa máquina”, disse ele, sentado em um aparelho cicloergométrico para os braços, que é usado para desenvolver a capacidade cardiorrespiratória do paciente. “No Umarizal, os médicos brincam, conversam, é uma benção. Às vezes, a gente entra triste e sai alegre. Aqui é a mesma coisa, mas o maquinário é bem maior”, contou.
Segundo a mulher de Rosalvo, Lucinete Pereira Guimarães, 61, ele foi selecionado para o tratamento no local antes dos outros pacientes da unidade do Jardim Umarizal porque a família tem carro próprio.
“Quem usa o Atende (serviço de transporte da prefeitura paulistana dedicado a pessoas com problemas de mobilidade) ficou na lista de espera”, disse ela.
De acordo com o governo estadual, o foco da unidade será o atendimento de pacientes vindos do interior do Estado, em locais onde a rede de saúde para atendimento ao deficiente físico é deficitária.
Novo hospital vai usar tecnologia de ponta, diz governo
Segundo Linamara Rizzo Batista, as principais inovações do centro de reabilitação são o uso equipamentos com tecnologia sofisticada e de plataformas de informática, como o cybertutor da USP.
A plataforma não é nova. Chao Lung Wen, professor responsável pela disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da universidade, diz que ela começou a ser construída em maio de 2003. Desde então, é utilizada como uma forma de compartilhar digitalmente conhecimentos na área médica nos cursos de medicina, odontologia e enfermagem da USP e no Instituto Central do Hospital das Clínicas. Como faz parte do programa de telessaúde do Ministério da Saúde, o sistema também oferece contribuições da UEA (Universidade Estadual do Amazonas) e da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), em Manaus.
“O cybertutor é uma espécie de rede social que promove a aprendizagem colaborativa na área de saúde”, diz Chao. Ele permite que os profissionais da área consultem outros casos e discutam problemas e soluções em grupos de debate virtuais.
Na ala infantil, a novidade é um aparelho que simula o movimento de cavalo -parecido com um touro mecânico, porém menor, com movimentos suaves e criado para fins terapêuticos. “Especialistas dizem o movimento é bem semelhante ao do cavalo, e um programa vai mostrar imagens que simulam a cavalgada”, explicou Linamara, apontando uma televisão de LCD em frente ao equipamento.
A secretária afirma que será feita uma comparação entre a evolução das crianças que usaram o equipamento e os efeitos da terapia convencional com animais.
A Associação Nacional de Equoterapia não reconhece este tipo de tratamento como equoterapia, porque não usa cavalos. Segundo a entidade, o que define este tipo de terapia é justamente a interação dos pacientes com os animais.
Para os adultos, parte da terapia contará com o apoio de videogames como o Nintendo Wii e o Playstation da Sony. Além disso, serão oferecidas oficinas de costura, culinária e cabeleireiro, entre outras, e acesso a computadores para estimular a inclusão digital.