20.4 C
Brasília
31/03/2025
ACRE

Livro ensina a evitar gafes com deficientes

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/foto/0,,20995200-EX,00.jpgDeixar portas entreabertas e objetos no chão. Brincar com o cão-guia quando ele está a trabalho ou puxar o deficiente visual pelo braço sem mesmo saber se ele quer atravessar a rua. Rir de uma piada sem explicá-la a quem é deficiente auditivo e está na sua rodinha de amigos. A lista de gafes está nas páginas de um livro recém-lançado, que serve como uma espécie de guia sobre como entender e atender melhor um deficiente.

{accesstext mode=”level” level=”registered”}
PARA CONTINUAR LENDO A MENSAGEM REGISTRE-SE OU ENTRE NA SUA CONTA.||
Para mostrar o mundo vivido por deficientes, a jornalista Claudia Matarazzo lançou “Vai Encarar? A nação (quase) invisível de pessoas com deficiência” este mês. Escrito em primeira pessoa, ela ensina de que maneira lidar com homens e mulheres com problemas físicos ou neurológicos.

 

saiba mais


A obra mostra como tratar corretamente deficientes. E dá espaço também para que deem seus depoimentos. Conta histórias surreais, como a de uma jovem tetraplégica que esperava o namorado em uma calçada de São Paulo. Enquanto ele estacionava o carro, uma mulher passou e jogou moedas no colo da moça, que nem teve tempo de reagir. Achou que ela era uma pedinte.

 

Lançada pela Editora Melhoramentos, a publicação fala das dificuldades, das boas ou ruins experiências do cotidiano de um deficiente. Fala de como é ruim andar de cadeiras de rodas em ruas sem rampa ou cumprir a simples tarefa de sair para comprar roupas. A consultoria é da vereadora paulistana Mara Gabrilli (PSDB), que é tetraplégica.

Claudia Matarazzo entende de festas, recepções com autoridades e etiqueta de maneira geral. É a responsável pelo cerimonial do governador de São Paulo, José Serra. No livro, dá dicas de como não falhar ao receber em casa uma pessoa com deficiência. Se o convidado se locomove em cadeira de rodas, o ideal é remover tapetes, afastar móveis, retirar do chão pequenos obstáculos, como esculturas, vasos ou brinquedos. 

 

Posição relojinho

Outra situação: no jantar com os amigos, um deles é deficiente visual. Segundo Claudia, a cortesia começa no portão, onde o anfitrião deve estar para receber o convidado. Se houver uma escada no caminho, é cortês informar o número exato de degraus para evitar acidentes. “Etiqueta é bom senso. Você aplica isso à deficiência das pessoas. O que não pode é criar uma barreira de atitude, criar um muro”, afirma Claudia.

À mesa, o dono da casa deve descrever o que será servido. “Uma delicadeza extra seria preparar um cardápio que dispensasse o uso de facas, como picadinhos, massas e risotos”, explica a jornalista no livro. Outra maneira é explicar a disposição da comida no prato, como em um relógio. “Na posição três, tem um pouco de mandioquinha; na seis, está o arroz; na nove, a carne”, ensina Claudia, autora de outros 11 livros. 

 

Ampliar Foto Foto: Carolina Iskandarian/ G1 Foto: Carolina Iskandarian/ G1

Portas entreabertas são um perigo para os deficientes visuais (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)

Portas entreabertas

Pecado mortal é receber um deficiente visual e esquecer as portas da casa entreabertas. Como não conhece o ambiente, a testa dele é a primeira que sente o impacto. “Você vai andando e encontra uma quina pela proa. A pessoa (que deixou a porta aberta) fica desconcertada. Pede mil desculpas”, conta o consultor em informática Sérgio Ramos de Faria, de 44 anos, cego desde os dois anos.

Ele mora com a mulher e duas filhas na Zona Norte de São Paulo. É o único em casa com problemas de visão e, com bom humor, diz o quanto sofre com a bagunça delas. “Procurar uma escova de cabelo é missão quase impossível. A disciplina dura dois dias”, conta ele, acostumado à organização.  

 

Atravessando a rua

A primeira gafe cometida pela atual mulher de Faria – eles se conheceram pela internet há cinco anos – foi logo no primeiro encontro, no aeroporto do Recife, onde a moça vive. “Na primeira coluna, ela me largou”, diz, rindo, o consultor, que deu uma trombada com o peito no pilar. Segundo ele, a “chave” da relação entre as pessoas é perguntar.

“Você quer que eu corte (uma carne)? Como quer que eu te ajude? É uma gafe e tanto quando você está parado no sinal e as pessoas já vêm te puxando, te arrastando. Muito inconveniente”, explica Faria. Ele esclarece que a melhor forma de ajudar um deficiente visual a cruzar a rua é deixar que ele pegue no braço ou no ombro da pessoa. “As pessoas sempre pensam que o cego não sabe para onde vai. É um erro”.

 

 

GLB.common.flash({ color: ”, wmode: ‘transparent’, width: 600 , height: 450 , swf: ‘/FlashShow/0,,21543,00.swf’ , id: 21543 });

 {/accesstext}

Related posts

Deficiência, desenvolvimento e inclusão

Eraldobr

Empresas fazem investimento em acessibilidade

Eraldobr

Surdos são tratados como incapazes de aprender, diz professora-doutora

Eraldobr

Deixe um comentário

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode optar por não participar se desejar. Aceitar Leia mais