Primeiro, e até agora único, o mapa tridimensional escrito em relevo, instalado há algumas semanas na estação Santa Cecília, tem ajudado na mobilidade dos deficientes visuais numa parte da região central de São Paulo.
Para José Tadeu Liberal Soares, 35, que há 11 anos não enxerga por causa de um descolamento de retina, o “mapa tátil urbano”, projeto do curso de arquitetura da FMU com a Fundação Dorina Nowill para Cegos, vai ajudar a encontrar endereços no entorno das estações.
“As pessoas são muito vagas, falam à direita ou à esquerda. Agora sei quantas quadras preciso andar para chegar aonde quero ir. Sempre ando de metrô e tenho muita dificuldade”, diz.
No tato, ele logo encontra um erro que o metrô afirma que vai mandar corrigir. A indicação do hospital Santa Isabel aparece repetida, quando deveria dizer Santa Casa.
O mapa tátil usa escalas para dar a dimensão exata das quadras em relação aos demais quarteirões.
“A ideia é fazer um padrão e levar o projeto para estações a serem inauguradas”, diz Paula Katakura, coordenadora do curso de arquitetura da FMU e idealizadora do projeto.
Elisete Freitas de Oliveira, 30, que tem baixa visão (ela enxerga 5%), diz não conseguir andar sozinha no metrô, mesmo com as aulas de orientação e mobilidade, que ajudam na locomoção.
Ela reclama que em boa parte das estações que usa faltam piso tátil, elevadores e botões para chamar servidores que a ajudam descer as escadas. “Sempre tenho de pedir ajuda a alguém, seja funcionário ou usuário”, diz.
O metrô disse não saber informar quantas estações são equipadas para facilitar o acesso dos deficientes.