O clube Dutch Desires (ou Desejos Holandeses, em português) está sendo construído no sul do país, na cidade de Heerlen, na fazenda Den Struyver, datada do século 18.
Depois de reformada, ela “terá todo o luxo e facilidades que qualquer deficiente físico precisa para sanar as suas necessidades sexuais”, diz a propaganda do projeto.
“O que queremos, antes de mais nada, é acabar com o tabu contra deficientes, só faltava um local apropriado para colocar isso em prática”, explica o gerente, Frans Borkowitz.
O bordel não atenderá apenas clientes com deficiência física, mas terá algumas facilidades para clientes de cadeiras de rodas. Haverá seis quartos com camas adaptadas, portas corrediças, elevador e entrada rebaixada para cadeiras de rodas. No bar, uma parte do balcão do bar será mais baixa do que a altura padrão.
Cerca de 100 prostitutas trabalharão no local. Os serviços de limosine, sauna, cinema, massagem e piscina serão também estendidos aos deficientes físicos.
A gerência está negociando com uma empresa de taxi para que os clientes com dificuldade de locomoção cheguem com facilidade e rapidez ao local.
Já a Federação Nacional de Deficientes Físicos pretende que o auxílio prestado por algumas prefeituras do país que reembolsam gastos com prostitutas a deficientes físicos seja também possível aos freqüentadores do Dutch Desires.
Hoje na Holanda, existem várias agências de garotas de programa no país especializadas no atendimento a pessoas com deficiência física.
“Mas ter um local assim vai ser diferente. Não é ideal que os vizinhos fiquem olhando por trás das cortinas uma loura fenomenal entrando na casa de um deficiente físico, ou um homem elegante visitando uma mulher que usa cadeira de rodas”, disse o cadeirante Ruud Slouber à BBC Brasil.
Objeção
Um grupo de moradores da área ficou irritado com a escolha do local e entrou com um recurso na Justiça para embargar o projeto, em 2003, mas não teve êxito.
O porta-voz do grupo, Bertus Voz, alega que a região, até agora pacata, vai ficar agitada com trânsito de carros e freqüentadores.
“O pior vai ser se as prostitutas também resolverem vir morar próximo ao local de trabalho”, acrescenta Vos.
Para ele, “essa história de que o bordel tem uma finalidade especial porque é destinado a inválidos é só argumento para os empresários ganharem a licença de funcionamento”.
O gerente do bordel que abrirá suas portas possivelmente em meados de 2009 lamenta que os moradores não queiram colaborar e diz que “esta reação não passa de hipocrisia”.