É por isso que, neste sábado (11), o grupo comemora o Dia do Deficiente Físico lutando pela conscientização da necessidade de adaptar a cidade para que ela seja mais amistosa para todos.
A cadeirante Fabíola Rosa Pedroso afirma que andar sozinha nas ruas de São Paulo é um desafio.
Para ela a falta de guias rebaixadas, as depressões nas calçadas e o número limitado de ônibus adaptados tornam uma simples ida ao trabalho uma odisséia.
“Mas nada que o bom-humor e a disposição para pedir ajuda às outras pessoas não resolva”, declara.
Fabíola e demais cadeirantes precisam manter o mesmo espírito quando vão a bares e restaurantes.
Entre 250 endereços de estabelecimentos espalhados por toda a cidade de São Paulo, apenas 39% oferecem condições mínimas para receber, os freqüentadores em condições especiais.
Isso significa ter instalado na casa uma rampa e um banheiro adaptado, no mínimo.
Mas, ainda que a passos lentos, cresce o número de estabelecimentos adaptados para portadores de deficiências físicas e motoras.
“Saio bastante à noite e acredito que a acessibilidade nesses locais estão melhorando”, declara Fabíola.
“Sou abordada nos locais que freqüento sobre melhorias que estão sendo feitas para adequação do espaço.”
Outro exemplo dos ventos de mudança pode ser observado nos guias de viagem. Muitos passaram a testar se um hotel ou pousada está pronto para receber esse perfil de hóspede.
Editor do Guia Quatro Rodas há mais de dez anos, Fernando Leite conta que os guias começaram a avaliar esse quesito nos últimos cinco anos. “Antes as adaptações eram muito amadoras, como simples mudanças no tamanho das portas”.
Leite afirma que, apesar de o número de hotéis adaptados ser pequeno, as mudanças têm atingido não somente os quartos, mas demais áreas dos hotéis e pousadas.
“De nada adianta um quarto adaptado, se o hóspede não conseguir circular do lado de foral”, finaliza.
Descubra o que os estabelecimentos devem ter para atender bem um cadeirante
Vagas de estacionamento
Devem ser apropriadamente sinalizadas, mas só isso não basta. Precisam ter um espaço adicional de circulação nas laterais de 1,2 metro e estar associadas a rampas e outras formas de acesso. Não adianta ter vaga ampla, mas haver uma escada para acessar o interior da loja.
Locais de atendimento
Precisa ser plano para o cadeirante ter acesso a todos os locais, utilizando o mínimo de rampas. As mesas devem ser adequadas, para encaixar a cadeira de rodas. O piso deve ser sempre regular, estável e antiderrapante, com rampas e barras de apoio laterais. Dependendo do local, deve haver um elevador especial.
Banheiro
Tem de ser largo e permitir que a cadeira de rodas dê uma volta completa, para o cliente não precisar sair de ré. Deve ter barras de apoio e estar disposto em área de livre circulação. A torneira tem de ser facilmente utilizável para quem esteja sentado.
Caixa
Deve ter uma abertura mais baixa, para que o cadeirante possa pagar com facilidade. Outra solução são os terminais de pagamento sem fio para cartões de débito ou crédito, algo fundamental no caso dos postos de combustível.
Atendimento
O deficiente físico deve ser atendido com naturalidade, como se faz com qualquer outro cliente, sem excesso de zelo, o que pode constrangê-lo. O ideal é procurar conversar sempre sentado, para evitar que o vendedor fique olhando para baixo e o cadeirante, para cima.