O Ministério Público de Alagoas decidiu recomendar ao governo do Estado que crie uma comissão de alto nível para debater os problemas e encontrar soluções para o pleno funcionamento da Uncisal e a melhoria nos serviços oferecidos pelas unidades de saúde vinculadas à Universidade. A decisão foi tomada durante audiência realizada no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, no bairro do Poço, em Maceió.
A audiência foi coordenada pelos promotores de Justiça Jamyl Barbosa, da Promotoria da Fazenda Pública Estadual, e Micheline Tenório,
da Promotoria de Defesa da Saúde, do Idoso e do Deficiente Físico. Participaram também da audiência o reitor da Uncisal, André Falcão, o secretário estadual de Gestão Pública, Guilherme Souza Lima, além de representantes da Procuradoria Geral do Estado, Secretaria da Fazenda, Gabinete Civil, Secretaria Estadual da Saúde (Sesau), diretores dos hospitais, do corpo docente da Universidade e estudantes.
Segundo promotor Jamyl Barbosa, essa comissão a ser criada pelo governo do Estado, será composta por representantes de todos os setores envolvidos com a questão. “Estamos sugerido a formação de uma comissão bem representativa, que conheça os problemas da Uncisal e seus hospitais, avaliando os pontos positivos e negativos, para que possa sugerir sugestões que garantam o funcionamento da Universidade com qualidade de ensino e atendimento á população”, resumiu o promotor.
De acordo com Jamyl Barbosa, foi estipulado um prazo de 45 dias para que essa comissão seja formada e apresente suas primeiras propostas de trabalho. Entre as alternativas que a comissão deverá estudar está o retorno dos hospitais ligados à Uncisal para a administração direta da Sesau. Foi aventada ainda a possibilidade da criação de uma fundação ou de uma entidade privada para administrar a rede hospitalar, mas a promotora Micheline Tenório disse que alternativas como essas significariam a privatização do sistema e encontrariam uma oposição muito firme do Ministério Público Estadual.
Durante a audiência, o reitor André Falcão disse que apesar do péssimo desempenho da Uncisal na avaliação do MEC, a Universidade tem apenas dois de fundação e ao longo desse período registrou um crescimento superior a 400%. “A Uncisal passou de 4 cursos para nove; dobrou o número de alunos, que era de 620 para 1.200, além da melhoria nas condições de ensino, com a instalação de um laboratório e uma central de óbitos”, destacou André Falcão.
O promotor Jamyl Barbosa disse que reconhece os avanços, os pontos positivos apresentados pelo reitor, mas deixou claro que o Ministério Público tem que se ater aos aspectos negativos, ou seja, às falhas que precisam ser corrigidas. “Até porque a Uncisal não lida só com ensino, lida com vidas, porque administra hospitais de suma importância para a população do Estado”, enfatizou o promotor, acrescentando que todas pessoas envolvidas nessa questão estão compromissadas com o propósito de buscar o que for melhor para a Uncisal e para Alagoas.