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05/02/2025
RG do NORTE

Autonomia a preços baixos

Desenvolvida na UnB, cadeira de rodas automática deve estar pronta até o fim do ano. Custo pode ser 40% mais barato que as vendidas no mercado

Autonomia para quem precisa se locomover por meio de cadeiras de rodas. Esse é o objetivo do projeto que está em desenvolvimento na Universidade de Brasília (UnB). A equipe formada por fisioterapeutas, desenhistas industriais e engenheiros trabalha nos ajustes finais do protótipo de uma cadeira de rodas automática, que deve ter preço 40% mais baixo do que as vendidas do mercado tradicional.

A idéia surgiu em 2005, para suprir a demanda da Associação de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais (Adapte), de Ceilândia. Como nem todos os usuários de cadeira de rodas têm força para fazer a locomoção manual, o desenvolvimento do equipamento automático de baixo custo seria a solução mais viável.

A tecnologia do sistema foi criada pela empresa Optatis, que funciona no prédio da Engenharia Mecânica, no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da UnB. Os dois sócios, Samuel César Júnior e Carlos Alberto Cascão Júnior, ambos formados pela UnB, são responsáveis pela criação do protótipo. Segundo Samuel, "a idéia é desenvolver uma cadeira com as mesmas funcionalidades, mas com um preço menor".

O preço do mercado varia de R$ 5 mil a R$ 20 mil, enquanto a alternativa produzida na UnB deve custar em torno de R$ 2 mil. Samuel explica que essa diferença de preço se dá devido ao corte nos custos do produto. "A gente não cobra pelo desenvolvimento. Vamos fornecer as placas para a Adapte a preço de mercado", ressalta.

A tecnologia do projeto vem sendo estudada há oito meses. A máquina está em fase final de testes e deve ser concluída até o final do ano. A cadeira já adquiriu formato, mas ainda faltam alguns detalhes. Precisa, por exemplo, "esconder" os fios, ainda expostos e instalados em uma caixa acoplada à cadeira. Além disso, o protótipo ficará disponível para que os portadores de necessidades especiais dêem sugestões do que mudar. Os últimos ajustes serão feitos no design e na parte estrutural da cadeira.

Para abaixar ainda mais os custos de produção, o Departamento de Engenharia Mecânica da UnB vai oferecer cursos de soldagem de placas para o pessoal da Adapte. Com isso, eles mesmo poderão fazer parte da montagem, diminuindo gastos com mão-de-obra. "Além de ajudar a associação, o projeto tem a função de inclusão social por meio desses cursos", explica Samuel.


Sonho sendo concretizado

Para o presidente da Associação de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais (Adapte), José Cícero Medeiros Franco, o desenvolvimento do protótipo da cadeira de rodas motorizada é "uma liberdade enorme, um sonho que está se concretizando". O projeto, segundo ele, é a solução para o alto preço das cadeiras. "O resultado é o maior benefício para o deficiente", ressalta Franco, animado.

A instituição, que depende muitas vezes da doação de equipamentos, vai adquirir nova autonomia. A partir do fim do ano, eles devem estar capacitados para produzir suas próprias cadeiras.

http://www.clicabrasilia.com.br

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