05/02/2025
MT DO SUL

Não adianta construir rampa e não ter como andar, ressalta a vereadora

O trabalho desenvolvido na Câmara de Vereadores de Maceió, segundo a vereadora Rosinha da Adefal (PT do B), é a continuação de uma luta enfrentada durante toda a sua vida. A busca pela melhoria das condições da pessoa com deficiência tornou-se, para ela, a razão de uma batalha diária contra o preconceito, a discriminação e, muitas, vezes, a falta de iniciativa na deliberação das ações voltadas para as minorias.

Rosinha afirma que ainda há muito o que fazer pela causa, mas acredita que o pontapé inicial foi dado, já que iniciativas direcionadas à pessoa com deficiência estão sendo implementadas nas várias esferas do estado, inclusive com o aval da legislatura municipal de Maceió. Segundo ela, em 2009 muitas discussões foram levantadas em diversas aeras de atuação, com foco básico nas questões de acessibilidade. “Debates foram realizadas na Casa para tentar trazer para o poder municipal a responsabilidade da construção das calçadas. É necessário fazer com que o gestor municipal, além de pavimentar as ruas da cidade, tenha obrigação também de construir as calçadas, o que certamente irá favorecer a mobilidade urbana como um todo”, explica.

Foram feitas ainda, segundo Rosinha, discussões em torno de projetos de lei que visam a otimização dos serviços oferecidos ao maceioense, como a falta de água nos bairros, questões de saneamento básico, conseqüências sociais e ambientais a partir das mudanças climáticas, transporte, direitos humanos, trabalho e tudo o que diz respeito aos direitos do cidadão. Para ela, 2009 foi um ano bastante produtivo em relação à promoção de debates que estimularam a inserção da sociedade na resolução dos problemas que assolam o município. “A participação popular nas sessões públicas realizadas na Câmara Municipal foi o grande destaque do ano legislativo”, afirma.

Ela diz que os parlamentares irão iniciar os trabalhos de 2010 já na sede da Câmara de Maceió, que passava por reformas. Mas apesar de o prédio apresentar algumas vantagens após as obras ele ainda deixa a desejar. “O prédio ainda não é o ideal. Não foi projetado para receber um grande número de pessoas. Tem uma estrutura antiga e relativamente pequena”, reforça. “Não sei como vamos acomodar tanta gente, caso as sessões tenham a mesma receptividade que tiveram em 2009”, questiona.

Esse, para ela, é mais um exemplo de que as cidades não estão preparadas para as pessoas com deficiência em todos os níveis. “A acessibilidade está ligada ao direito de ir e vir, que é condição essencial para se conseguir autonomia. Não adianta construir rampa e não ter como andar”, exclama, ressaltando que a falta de acessibilidade não atinge apenas a pessoa com limitações físicas, mas também visuais, auditivas, intelectuais e muitas outras. A acessibilidade é também, diz, mais educação, mais professores capacitados para atender à necessidade, mais escolas estruturadas, mais sinalização visual nas ruas.

Rosinha, que é bacharel em Direito, lembra que o Brasil tem a legislação mais avançada da região hibero-americana, mas é retardatário na implantação das políticas amparadas pela lei. “Precisamos avançar nisso”, complementa.

Exemplo

Para ela, a história da personagem Luciana, vivida por Aline Moraes, na novela Viver a Vida da Rede Globo, tem despertado o interesse do público em conhecer a realidade da pessoa com deficiência e ajudando a minimizar o preconceito em relação ao tema. “Eu espero que o autor seja fiel ao que acontece conosco e não tente, ao final, mascarar uma situação que não existe. As chances de recuperação existem sim, mas dentro de um processo lento e contínuo. As coisas não acontecem do dia pra noite”, enfatiza. 
“A sensação de liberdade adquirida com a utilização da cadeira de rodas, enfocada na novela, também foi algo interessante. Quando deixei as moletas e passei a usá-la, me senti verdadeiramente independente e autônoma”, reforça.

A política

Rosinha já estava sendo preparada pelo deputado federal Gerônimo Ciqueira (Gerônimo da Adefal) para assumir a Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas – Adefal – e ingressar na política. “Não sabia, mas parece que ele já estava prevendo os acontecimentos e me deixou para assumir seu lugar” diz. Gerônimo foi a voz do deficiente no Estado e precursor na luta em favor das políticas públicas voltadas para a causa”, relata.

A vereadora diz que entrou na política para dar seqüência ao trabalho desenvolvido por Gerônimo e porque entende ser necessária sua representação nas deliberações coletivas. Lembra que o preconceito ainda é imenso no Brasil em todas as classes e credos. “Quem vai à procura de trabalho sente na pele a discriminação. Dificilmente se contrata uma pessoa com deficiência para ocupar qualquer função. Ainda que seja um direito legal, as pessoas sempre dão um jeito de não contratar”, complementando que ela está duplamente amparada pela lei, “por ser cidadã e por ser deficiente”, conclui.

2010

Roseane Cavalcante (seu nome de registro) afirma que um de seus grandes objetivos é trazer para Alagoas um hospital de referência na área, que possibilite o tratamento do paciente de forma integral e específica a exemplo do Sarah, destaque na reabilitação da pessoa com deficiência. Confirmou também que sairá candidata nas eleições deste ano, mas que só definirá sua candidatura após os debates promovidos pela base do partido.

 

 

 

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