Jovens com deficiência intelectual mostram que, para eles, não há obstáculos. A prova regional de equitação do Special Olympics realiza-se esta quinta-feira, no Algarve. Para cerca de 30 jovens com deficiência intelectual e alguns com deficiência motora este é um dia especial. “Anseiam pelo dia”, garante Cândida Pereira, da Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais (AAPACDM).
Esta é uma das associações presentes na competição regional de equitação do Special Olympics, uma entidade internacional que promove a atividade física junto de jovens com deficiência.
Mas Pedro Serra, diretor técnico do Special Olympics em Portugal, explica que muitos dos atletas até já nem são muito novos. “Temos muito gosto em ter atletas já com alguma idade e é riquíssimo terem competição numa atividade que gostam de fazer”.
Vestida a rigor, com as calças de equitação e o toque na cabeça, a Sílvia, uma jovem com deficiência, está pronta para entrar em competição e vem com muitas expectativas. “Ontem fomos treinar e correu bem, acho que vou ganhar a prova e tentar tudo”, diz.
Também o Pedro já está pronto para montar o cavalo Bobby. “Faço trote e galope sozinho, para as pessoas baterem palmas”, conta.
O diretor técnico do Special Olympics considera que alguns atletas demonstram um bom nível, já “com alguma capacidade como outros cavaleiros regulares”.
Uma das instrutoras, Beverly Gibbons, do Centro Hipico PineTrees, considera que a relação com os cavalos é determinante para estes jovens. “Temos o caso de um rapaz autista que é nervoso, mas, quando monta, fica com uma calma, fica relaxado e dorme bem à noite”.
Cândida Pereira, da AAPACDM, conta a história de uma utente que entrou em mutismo durante 20 anos. A relação com os cavalos mudou a sua vida. “Quando começámos esta prática, só pelo toque, pelo escovar o cavalo, ela desbloqueou e a primeira palavra que disse foi cavalo”.
Por tudo o que a equitação lhes traz, o Francisco e a Susana gostam de entrar nestas competições e os cavalos já são uns amigos para eles.”Vou a trote, vou a galope e adoro montar, com a prática vai-se ganhando confiança”.
Todos estes jovens anseiam por conseguir uma boa pontuação, para que, em novembro, possam estar presentes no campeonato nacional que vai reunir, em Braga, pessoas deficientes de todo o país.
Fonte: TSF