Adolescente de 16 anos nasceu sem os braços. Meninas de 14 a 16 anos foram selecionadas para baile no final de semana.
“É como um sonho e uma vitória”, assim resume Kerolly Ketluin de Souza, de 16 anos que faz parte das 100 meninas selecionadas em um projeto para participar de um baile de debutantes para adolescentes carentes de Cuiabá. A menina teve um problema de formação dos membros enquanto estava na barriga da mãe e nasceu sem os braços.
O evento que Kerolly vai participar selecionou jovens entre 14 e 16 anos para passar por uma formação e participar de uma festa com direito a vestido de gala, padrinhos e valsa, neste sábado (28), na capital.
Das 100 meninas escolhidas, cinco possuem algum tipo de deficiência física. Uma delas, Kerolly, encara o momento como um desafio vencido. “Não me imaginava onde estou hoje. É como um sonho e uma vitória”, revelou.
Em entrevista ao G1, a mãe de Kerolly, Lucinéia de Souza, disse que a menina leva uma vida normal, apesar da deficiência. “Ela nasceu assim, alguns médicos diziam que era um problema de formação na minha gestação e outros não sabiam explicar”, recordou a mãe.
A debutante estuda na 7ª série, mora com os pais e duas irmãs mais velhas, no bairro Jardim Fortaleza, em Cuiabá.
“Mas não tem nada de coitadinha, pois da mesma forma que eu criei as minhas outras duas filhas, também criei ela. As mesmas responsabilidades que as outras tem ela também tem”, ressaltou Lucinéia.
Nesta semana, Kerolly se apresentou no Cine Teatro de Cuiabá, junto com outros grupos de meninas em vários números artísticos, como pré-comemoração para a festa. “Eu acho que estou mais nervosa que ela, toda a família está ansiosa para ir ao baile”, contou a mãe de Kerolly.
Além de realizar o sonho de ter um baile de debutante, a jovem ainda tem um segundo sonho: ser advogada. Segundo a mãe, a garota tem boas notas no colégio e acredita que será uma profissional de sucesso. “Ela tem tudo pra dar certo na vida”, finalizou.
Gêmeas
Outras duas meninas selecionadas para o projeto e que não escondem a felicidade no rosto são as gêmeas de 15 anos Thais e Thayane Alves Sampaio. “É uma alegria muito grande. Nós sonhávamos com uma festa assim. É a realização de um sonho. Estou ansiosa”, disse Thais. As irmãs também revelam que querem estudar para serem médicas pediátricas.
Elas participaram de oficinas de maquiagem, orientações sobre higiene, etiqueta e comportamento, aprenderam várias danças regionais e nacionais e outras palestras para formação. As irmãs se consideram especiais pela oportunidade que vivenciam. “É uma experiência boa, somos as únicas gêmeas das 100 meninas. Estou feliz, não teríamos uma oportunidade assim”, comemora Thayne.
Projeto
Para participar da seleção, as 260 meninas cadastradas tinham que estar na faixa etária de 14 anos e 11 meses a 16 anos completos; participar de projetos sociais no município; estar estudando, além de ser solteira e não ter filhos.
O projeto ‘Um sonho a mais’, selecionou as jovens que passaram os últimos quatro meses fazendo passeios turísticos, tiveram aulas de dança e música e fizeram trabalhos voluntários nos bairros onde moram. No sábado (28), as 100 adolescentes terão um baile de debutantes com direito a vestido de gala, padrinhos e valsa. “É um trabalho de muito amor, que envolve profissionais, professores, assistentes sociais e educadores. São meninas de famílias de baixa renda que sonham com uma festa de 15 anos e não têm condições”, explicou a coordenadora do projeto, Rosa Maria Luzardo.
Fonte: G1-MT