O representante do Conselho da Pessoa com Deficiência Física de Angra dos Reis, Paulo Henrique Gomes, questionou as modificações que foram realizadas em algumas ruas do Centro da cidade. Para ele, a estrutura urbana do município apresenta muitos obstáculos que colocam em risco a segurança do deficiente visual.
Entre os problemas apontados está a falta de um piso tátil de orientação, mais falta de sinalização sonora nas faixas de pedestre, calçadas estreitas e postes instalados no meio das calçadas.
– Em algumas ruas há o piso tátil, porém ele não possui nenhuma indicação dos obstáculos como postes e orelhões instalados bem no meio da calçada. Outra questão é falta de sinalização sonora para que o deficiente visual possa atravessar com segurança. O semáforo próximo ao cais possui este recurso, porém, apenas para a travessia de uma das faixas e não de ambos os lados – disse.
Para Gomes, o planejamento das mudanças a serem realizadas no espaço urbano a fim de atender a pessoa com deficiência física deveria ser empreendido a partir da consulta de quem vive esta realidade.
– A criação de medidas que garantam o acesso deve ser desenvolvida a partir de uma análise colaborativa entre a prefeitura e os usuários das modificações. Outra questão é a necessidade de mais campanhas de educação no trânsito. As pessoas precisam se conscientizar. Muitos deficientes quase são atropelados porque os motoristas não respeitam a sinalização – destacou.
De acordo com a prefeitura de Angra dos Reis, são utilizados tipos diferenciados de traçados, com significados distintos para orientação dos deficientes visuais.
Sobre a reclamação de que na Rua do Comércio sobre o traçado haveria vasos de planta e telefones públicos, a prefeitura informou que o alto relevo instalado na calçada é para indicação de desnível, ou seja, do término da calçada. Segundo a prefeitura o traçado do desnível não precisa ser ininterrupto.
O traçado contínuo, normalmente utilizado em bancos e adotado em algumas cidades, ainda não faz parte da estrutura das calçadas em Angra.
Conforme informou a prefeitura, estão sendo estudadas possíveis modificações como a mudança de postes e a completa adaptação das calçadas para atender aos deficientes visuais e acesso para os cadeirantes.