Facilitar a comunicação e auxiliar a inclusão social das pessoas com deficiência. Foi com esse objetivo que o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Paraná, em parceria com a Editora Kayagangue, lançaram, no mês passado, o Communis. O produto é composto por 480 cartões que apresentam imagens para facilitar a comunicação de pessoas com dificuldade na fala.
De acordo com Vera Lucia Moraes, coordenadora do projeto de desenvolvimento do Communis, o produto é um “sistema de comunicação alternativa impresso” que pode ser utilizado por qualquer indivíduo que tenha comprometimento na fala, como pessoas com deficiência aditiva, autistas e pessoas com deficiência ou paralisia cerebral. “Qualquer pessoa, de qualquer idade, pode usar, já que trabalha com imagem”, destaca.
Para ela, o Communis pode ser considerado uma tecnologia social, “porque auxilia o processo de inclusão social. Há uma melhora da comunicação em casa e no mercado de trabalho”, comenta.
Segundo ela, os cartões podem ser utilizados tanto em locais de trabalho quanto em escolas e outros ambientes de sociabilidade. “As pessoas tanto podem fazer referência a uma imagem como podem formar frases e mensagens”, aponta.
As 480 figuras do Communis são dividas por cores e categorias. Cada cor representa um grupo diferente. A amarela, por exemplo, representa pessoas, ou seja, possui figuras relacionadas a personagens e profissionais. A rosa refere-se à categoria de interação social; a verde destina-se a verbos; a azul representa sentimentos; a laranja relaciona-se à categoria de substantivos; a cinza destaca expressões industriais; e a branca trabalha com elementos diversos, como tempo, cores, números e datas.
A coordenadora do projeto de Communis destaca ainda que os cartões utilizam elementos da cultura brasileira, o que facilita a compreensão. “A ideia vem de algo parecido com o que já tem no mercado, mas são softwares estrangeiros. O kit traz imagens com referências da cultura brasileira, desenhos trabalhados e já vem pronto para utilizar, diferente dos softwares importados, que a pessoa tem que imprimir [os cartões] e são caros”, comenta.
De acordo com Vera Lucia, o produto já “foi validado” em uma escola de educação para pessoas com deficiência e em uma indústria que possui funcionários com dificuldade na fala. “Chegamos à conclusão de que o produto consegue melhorar a comunicação”, revela. Mais informações sobre o Communis em: http://www.kaygangue.com.br/site/#/communis/