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Empresas investem em qualificação para contratar deficientes

Se há vagas, falta experiência profissional. Com a fiscalização acirrada do Ministério do Trabalho para o cumprimento da Lei de Cotas, grandes empresas têm investido em capacitação profissional direcionada aos deficientes para melhorar a empregabilidade.
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“Fizemos um grande esforço. Cumprir a lei não é fácil. Os problemas serão solucionados quando isso [o respeito à pessoa com deficiência] for incluído na cultura da sociedade, no convívio normal e natural”, afirma Mário Sérgio Vasconcellos, diretor de relações institucionais da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Para preparar a entrada dos deficientes no mercado, a Febraban criou um programa e inclusão em parceria com a Prefeitura de São Paulo, Uni Sant’Anna e Poli. Nos cursos de Aprimoramento Educacional e Supletivo Ensino Médio, 497 trabalhadores com deficiência – já contratados por um dos oito bancos conveniados ao programa – vão ser capacitados antes de assumir uma vaga na empresa. Neste período, os profissionais receberão salário e demais benefícios referentes à jornada de um bancário.

“Existe uma falta de preparo, de escolaridade e de capacitação. Muitas pessoas não foram selecionadas porque não tinham o Ensino Médio completo. Alguns trabalhadores com deficiência visual não sabiam ler braile”, afirmou Vasconcellos.

Oportunidades

Para Clara da Costa, 45, deficiente física, a lei trouxe boas oportunidades. Funcionária do Citibank e aluna do programa de capacitação da Febraban, Costa afirma que preferiu abrir mão do Loas (Lei Orgânica da Assistência Social) – benefício no valor de um salário mínimo (R$ 425) – para entrar no mercado de trabalho. 

“As pessoas precisam procurar a inclusão. Pensei em pedir o benefício, mas não queria ficar em casa o tempo todo. Então resolvi trabalhar”, disse Costa.

Para conseguir o benefício, o deficiente precisa comprovar que tem incapacidade para trabalhar e renda familiar de até R$ 116,25 (¼ do salário mínimo).

“A maioria das pessoas que recebem os benefícios não conseguem trabalhar. Ainda assim, muitos que recebem nos procuram porque também querem entrar no mercado de trabalho, para se sentirem úteis. Muitos não se importam em perder o Loas”, afirmou Fernanda Wendy, supervisora de atendimento do programa Inclusão Eficiente, da Prefeitura de São Paulo.

Segundo censo de 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil possui 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência – correspondente a 14,5% da população do país. Do total, 48,1% possuem deficiência visual, 27,1% física, 16,6% intelectual e 8,2% auditiva. As pessoas com deficiência representam apenas 0,12% dos alunos universitários, pois a maioria tem apenas até sete anos de estudo.

Sobre a lei

Criada em 24 de julho de 1991, a lei de Cotas para trabalhadores com deficiência exige que empresas com mais de cem funcionários tenham uma porcentagem de vagas reservadas para pessoas com deficiência, que varia de acordo com o tamanho da companhia.

Empresas com até 200 funcionários devem ter ao menos 2% de suas vagas reservadas, enquanto as que possuem de 201 a 500 empregados devem reservar 3% desse número para atender à lei. De 501 a 1.000 funcionários, a cota é de 4%, e de 1.001 em diante, a cota é de 5% do quadro de empregados.

 
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