BAHIA

Tecnologias que ajudam deficientes

Além do problema em si, a auto estima é mais um vilão para quem tem alguma deficiência. Para Carlos Ferrari, a deficiência é só um detalhe. E para contornar o problema da auto estima, ele usa a tecnologia. Numa retrospectiva, Carlos Ferrari, professor e vicepresidente da Avape, uma instituição filantrópica voltada para pessoas com deficiência, afirma que a educação e os estigmas do “ceguinho mendigo” podem resumir o despreparo  no Brasil, sendo um problema cultural lidar com o diferente.

Depois da lei de cotas, que entrou em vigor em 1991 as empresas foram obrigadas a manter em seu quadro de funcionários (acima de 100) de 2 a 5% de deficientes, a coisa está tomando outra cara. Não porque as empresas aceitaram a lei e sim porque o governo está fiscalizando. Essa convivência forçada acabou gerando um entendimento e acabando com o despreparo físico e a adaptação tornou-se apenas uma questão de tempo.

“Com as inovações tecnológicas, consigo ler o jornal, revistas, acessar a internet, conversar pelo chat  e ter todas as relações interpessoais comum à todas as pessoas. Acredito que a tecnologia assistiva está mudando a realidade de muitas pessoas. Não ficamos mais atrás do balcão, esperando ajuda. Somos agora protagonistas de nossa própria história” finaliza Ferrari.

O que é tecnologia assistiva?
O termo tecnologia assistiva pode ser definido como equipamentos ou adaptações para equipamentos fabricados sob medida para melhorar, aumentar ou dar condições para que pessoas com deficiências consigam desenvolver suas habilidades.

Tecnologias que Caros Ferrari utiliza:
Notebook: Software permite que a pessoa escute as orientações e consiga navegar e ouvir por meio do fone todas as informações escritas. Manter-se informado e até ser alfabetizado, no caso de softwares  infantis. Alguns têm o preço um tanto salgado, mas existe versões gratuitas, como o DosVox.
Celular: Celular que permite que deficientes utilizem o celular. Como? As funções das teclas são absolutamente iguais. A diferença é que o sistema Symbian (disponível em aparelhos Nokia) permite que haja uma comunicação de voz para confirmar se os números e as palavras (no caso de SMS) estejam corretos. Carlos inclusive fez um teste no meu celular, enviando um torpedo no momento da entrevista.
GPS: É a mais simples das funções. Apenas foi adaptado para que o GPS fale diretamente sobre as funções e caminhos que permitam guiar o deficiente para que ele consiga se locomover de maneira independente.

Softwares que estão facilitando a inclusão digital e social
Motrix  – É um software que permite que pessoas com deficiências motoras graves, possam ter acesso a microcomputadores, permitindo assim, com o auxilio da internet, um acesso amplo a escrita a leitura e comunicação. O acionamento do sistema é feito através de comandos que são falados ao microfone. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem desenvolvendo esse  software gratuito.

Virtual Vision 5 – Programa que permite aos deficientes visuais usar as funções do Windows, o Office, e Internet Explorer. Tudo é feito pelo Delta Talk, tecnologia que utiliza a voz sintetizada em português.

Delta Talk – Interação com o computador. O programa fala com voz humana, qualquer texto disponível na tela, permitindo que o trabalho seja menos cansativo.

Dosvox – Outro programa capaz de sintetizar a voz em português. Foi desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro e permite que o deficiente visual utilize o computador sem precisar de outras pessoas. Com inúmeros usuários no Brasil, tem ainda a vantagem de ser gratuito.

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