O professor Luiz Gonzaga tem pouca visão, mas quando se trata de comunicação, ele consegue ver coisas que a maioria não percebe – como a necessidade de ajudar os portadores deficiência visual. Há 14 anos oferece um curso de braille gratuito. “A finalidade desse curso é atender a essa demanda da inclusão [social]. É um canal de comunicação a mais que o deficiente visual tem”, explica Gonzaga.
Quase nenhum precisa do braille para ler, mas os 30 voluntários tiveram um forte motivo individual para estar nesta turma de formandos. “Acho que é importante as pessoas se especializarem nesse sentido para conhecer e auxiliar aquele que precisa”, diz Rosemary Bento, uma das formandas.
Por meio do tato qualquer pessoa pode transformar pontos em relevo em informação. Uma técnica que exigiu desses alunos um esforço de 30 horas para aprimorar o sentido. Agora, com o diploma em mãos, eles pretendem fazer com que as outras pessoas enxerguem a importância dessa linguagem.
Flávia, de 27 anos, enxerga e escuta, mas tem paralisia cerebral. Ela é a maior motivação para a mãe, que vê no braile mais uma maneira de ajudar na inclusão social de deficientes. A comunicação facilitada pode levar portadores de deficiência muito além do que se imagina. “A Flávia hoje é advogada. Não só fez a faculdade e conseguiu a carteirinha da Ordem [dos Advogados do Brasil, OAB], como exerce a profissão“, conta a mãe e assistente social Maria do Carmo da Silva.