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Poesia contra o preconceito

Entre as contribuições apresentadas durante o seminário está a poesia em forma de repente “Como devem me chamar”, do pernambucano Antônio Muniz, um dos palestrantes, que tem apenas 4% de visão. O Partido Vivo reproduz a seguir a íntegra do texto.

 Como devem me chamar

Neste tempo que vivemos
Pus-me um dia a refletir.
Na forma que a população
Adota ao se dirigir
às pessoas diferentes,
Às vezes, me ponho a rir.
Lá pelos anos cinqüenta
Não sei se em Minas Gerais,
Nomearam os mais diferentes
Como excepcionais
Criaram uma associação,
Que hoje são as APAEs.
Não tinham voz e nem vez,
Nesse tempo os diferentes.
Eram como criancinhas
Chamadas deficientes.
Sua vontade não valia,
Nem seus desejos ardentes.


 
Em meio aos anos setenta,
Houve uma revolução.
A ONU deu uma ajudinha
Pra esta transformação
Nos deram oportunidade
pra que entrássemos em ação.
O ano de oitenta e um,
foi o marco inicial
Agora nós já não éramos
Tidos como excepcional.
Deficiente era o nome
mais corriqueiro e normal.
Em outubro daquele ano,
Em Recife houve um Congresso.
Mais de mil deficientes!
Isso aqui foi um sucesso!
Depois disso registramos,
Muito avanço e progresso


 
Somos pessoas portadoras
De necessidades Especiais
Foi o que a LDB
Definiu para estes tais
Aqueles deficientes
E as PPAHs.
Que são PPAH’s?
Meu Deus, que dificuldades!
São pessoas portadoras
de altas habilidades,
No Brasil, sei que há poucas,
Morando em nossas cidades.
Vieram os anos noventa
E com eles, a inclusão.
tem que haver um compromisso
Também da educação.
É uma cultura nova
Que não sei se pega não.

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