Com a missão de encontrar alternativas para que a instituição tenha uma vida financeira mais autônoma, possa se libertar da grave crise em que se encontra e ampliar seus atendimentos especializados na área da deficiência visual, a nova Diretoria Executiva, o Conselho Consultivo e o Conselho Fiscal do Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha, eleitos em Assembléia Geral, dia 19 de fevereiro, tomarão posse hoje (01). A solenidade será realizada às 15h00, no próprio Instituto, localizado na Av. Santa Catarina, Bairro dos Estados, João Pessoa (PB).
Entre os membros da Diretoria, que cumprirá mandato de três anos (2009-2012), estão cinco portadores de deficiência visual, incluindo a presidente reeleita, Suzi Belarmino, e o vice-presidente, José Antônio Ferreira Freire. Os demais integrantes são: 1ª Secretária – Gerluce Limeira Guimarães; 2ª Secretária – Ana Augusta Bezerra Quirino da Silva; 1ª Tesoureira – Maria de Fátima Galvão da Cruz; 2ª Tesoureira – Sônia Maria da Silva Araújo; Diretoria de Administração e Patrimônio – Márcia Régia Gonçalves e Juarez Manoel da Silva; Assessora de Relações Públicas – Fabiana Nóbrega; Assessora de Planejamento – Valéria Cavalcanti; Consultor Jurídico – Genezio Fernandes Vieira.
A presidente Suzi Belarmino ressalta a importância do Instituto ser uma das poucas entidades prestadoras de serviços administradas pelos próprios deficientes, o que possibilita uma gestão conectada com seus reais interesses e necessidades, confirmando o principal slogan da Convenção dos Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência da ONU, ratificada recentemente no Brasil, que afirma: “nada de nós sem nós”, sugerindo que todos os temas relativos a pessoa com deficiência, na medida do possível, tenham à frente pessoa com deficiência.
Em seu primeiro mandato (2006 – 2009), Susi Belarmino conduziu as ações visando organizar a vida burocrática da Instituição, buscar parcerias e a aprovação de projetos e convênios. “Encontramos muitas dificuldades neste sentido e ainda não conseguimos implantar a tão sonhada auto-gestão”, revela a presidente, anunciando que a nova gestão também estará concentrada em procurar meios para a autonomia financeira.
Sérias dificuldades financeiras
Entre as grandes consequências dessa falta de autonomia estão as sérias dificuldades que a instituição enfrenta constantemente, chegando a anunciar, ano passado, a possibilidade de fechar suas portas. De acordo com Suzi, este ano, a situação não tem sido diferente. Embora a escola tenha iniciado seu ano letivo desde o dia 02 de fevereiro e toda a sua gestão financeira esteja em curso, os convênios com os órgãos públicos ainda não foram repassados.
“Lidar com a deficiência visual requer um maior número de profissionais, não somente professores de sala de aula. A criança que não pode ser estimulada por meio da visão requer um trabalho individualizado, para suprir as necessidades que a cegueira e a falta de apoio da família venham causar”, explica, enfatizando que o quadro de profissionais do Instituto está bastante defasado pelas inúmeras aposentadorias e pela não renovação dos quadros por parte dos órgãos públicos, entre tantos outros problemas de infra-estrutura e falta de materiais.
Diante dessa situação, a presidente solicita o apoio da sociedade e das empresas privadas com o objetivo de garantir a continuidade dos serviços do Instituto. Os interessados em contribuir podem entrar em contato através dos telefones (83) 3244-6220 / 8852-6936. As doações em dinheiro podem ser realizadas na conta 70575-6, agência 0011-6, Banco do Brasil.
Atividades oferecidas pelo Instituto dos Cegos
O Instituto dos Cegos é uma Organização Não Governamental, de caráter filantrópico e assistencial, que este ano completa 65 anos de fundação. É a primeira escola para pessoas com deficiência criada no Nordeste, inspirada no modelo do Instituto Benjamin Constant, do Rio de Janeiro, e, ao longo de sua existência, já atendeu milhares de pessoas cegas, entre crianças, jovens e adultos.
No Instituto, os alunos matriculados também passam por um currículo extra de estimulação, que abrange matérias específicas, como educação musical, iniciação desportiva, educação física, orientação e mobilidade, escrita cursiva, atividades da vida diária e iniciação à informática. Dos 100 estudantes atualmente atendidos pela ONG, 20 ficam em regime de internato, fazem as seis refeições diárias e dormem na instituição. Todos os livros didáticos em braile são reproduzidos no próprio Instituto, seguindo o padrão dos materiais adotados em escolas regulares, para onde os alunos são encaminhados quando se sentem preparados.