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Professor de SP abre blog para defender a “causa albina”

Um em cada 17 mil habitantes do planeta são albinos, segundo dados da Universidade de Minnesota (EUA). Uma minoria que o professor de inglês e literatura na Fundação Educacional de Penápolis (479 km de São Paulo) Roberto Rillo Bíscaro, 42, quer defender, em seu recém-fundado blog, o Albino Incoerente.

O albinismo é causado por uma condição genética que reduz a pigmentação da pele, olhos e pelos.
“A ideia não é apenas me restringir a esse tema e nem ficar choramingando. Quero tentar mostrar para qualquer pessoa, albina ou não, que somos como outros seres humanos. Não somos morcegos ou vampiros”, diz o blogueiro, que também é albino.

Dados sobre albinos no Brasil são praticamente desconhecidos, explica o professor. “Entre as minorias do país, a população albina também têm pouca visibilidade”, afirma.

Quando lembrados, eles não raro são alvos de violência ou ligados a personagens sinistros no cinema. Na Tanzânia, a população albina sofreu com uma onda de assassinatos ligados à bruxaria, ocorridos no ano passado. Feiticeiros creem que o uso de pele, ossos e cabelos de albinos “enriquece e dá poder”. O presidente tanzaniano iniciou uma série de medidas para refrear os crimes, que incluiu a distribuição de aparelhos celulares aos albinos.

No blog, além da menção aos assassinatos, Bíscaro também procura incentivar seus leitores albinos. “Todo mundo quer brilho, não é isso que dizem? Albinos também querem. Não tem problema algum que alguns de nós sejamos extremamente fotofóbicos. Foi pra isso que inventaram óculos de sol, queridinhos!”

Também há comentários que não gravitam, necessariamente, em torno da temática albina: filmes, viagens e histórias cotidianas.

Segundo a Associação de Ajuda às Pessoas com Albinismo (Alba), da Espanha, albinos podem ter a diminuição da visão, maior sensibilidade à luz, movimento involuntário dos olhos e estrabismo. A dificuldade também é abordada pelo blog.

“Morar no interior é mais fácil pela mobilidade”, diz Bíscaro, “porque em cidades grandes como São Paulo não se enxerga direito. Até sou alvo de brincadeira dos amigos, que me pedem para descrever algo que está longe e que eu não consigo enxergar. Isso é legal, porque significa que as pessoas passam a ver a situação com mais naturalidade.”

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