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Alunos com deficiência propõem-se a melhorar acessibilidade e inclusão

Um grupo de cinco estudantes portadores de deficiência, da Universidade de Trás-os-Montes de Alto Douro (UTAD), quer fazer história, apresentando uma lista, concorrente ao Conselho Geral da Universidade, que se propõe melhorar a acessibilidade e inclusão. A UTAD vai pela primeira vez eleger este órgão de decisão estratégica e fiscalização, e é já considerada uma academia “avançada no panorama nacional em termos de acessibilidade e inclusão”.

 

Em período de campanha, entre as listas de docentes, estudantes e pessoal não docente e não investigador, destaca-se a lista B dos alunos.

David Fonseca é surdo e é mandatário da lista B, que concorre juntamente com mais duas outras, candidatas a ocupar lugares nas três vagas destinadas aos alunos no primeiro Conselho Geral. Uma das medidas apontadas como essenciais passa pela “eliminação de barreiras físicas no acesso às salas de aulas, aos palcos dos auditórios e aos bares dos edifícios”.

Segundo David Fonseca, actualmente, a UTAD não sabe quantos dos seus alunos são portadores de deficiência. A existência de um impresso onde o aluno pudesse apontar as suas limitações no acto da matrícula poderia facilitar a sua aprendizagem e a forma como os professores ministram as suas aulas. Perante este facto, surge uma outra reivindicação a colocar em Conselho Geral: “serviço de apoio a estudantes com deficiência”. “Os docentes já ficam informados que vão ter um aluno portador de deficiência e já podem preparar com antecedência um programa específico de ensino para aquele aluno”, apontou.

O método deste acto eleitoral será o da média mais alta de Hondt, que permite uma atribuição de mandatos de forma proporcional aos votos recebidos por cada lista. David Fonseca sabe que será difícil à sua lista preencher os lugares disponíveis e, por isso, garante “disponibilidade de cooperação”. “Não deixamos de ter as preocupações gerais como as condições disponíveis para a aprendizagem, a qualidade do ensino, o valor das propinas, as praxes ou a vida académica”, garantiu.

Dezassete lugares para preencher

As restantes duas listas para representar os estudantes são a A e a C, encabeçadas por João Almeida e Luís de Matos, respectivamente. Para representar docentes e investigadores, há igualmente três listas que perfilaram 26 candidatos. A Lista A tem como mandatário o docente José Moreno Cruz, do departamento de engenharias. Na lista B, Jorge Teixeira de Azevedo, do departamento de Zootecnia, assume as funções de cabeça de lista e como mandatário da lista C está António Fontainhas Fernandes, pró-reitor para a Avaliação, Acreditação e Qualidade do Ensino da UTAD. Deste grosso de 78 professores candidatos, 13 serão eleitos.

O pessoal não docente e não investigador levará a escrutínio também três listas. Dos seis candidatos, dois por cada lista, apenas um lugar será preenchido por esta classe de trabalhadores da academia. A lista A tem como candidatos Arménio de Carvalho e Joaquim Carvalho Pereira. Na lista B figuram os nomes de Fernando Morais Pereira e Rui Baio Mestre, enquanto na C surgem Nélson Monteiro e Arsénio do Reis.

A ida às urnas está marcada para a próxima quarta-feira, dia 11, altura em que serão conhecidos os 13 professores e investigadores, três alunos e um representante do pessoal não docente e não investigador, que vão integrar o primeiro Conselho Geral da academia transmontana.

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