A região de Ribeirão Preto vai receber cerca de R$ 3 milhões para educação de alunos com deficiência mental. Desse total, R$ 1 milhão será destinado a duas instituições de Ribeirão Preto —Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e Associação Amigos Autistas (AMA). O recurso é da Secretaria de Estado da Educação e vai para outras sete entidades da região. Cerca de 33 mil crianças e adolescentes de todo o Estado devem ser beneficiados. O repasse total desse ano será de R$ 78,4 milhões.
Para Maria Cristina Verdi de Carvalho, coordenadora geral da AMA, o recurso é fundamental para a continuidade do trabalho. “Esse recurso é utilizado para pagamento de professores, monitores e coordenadores. No total, são cerca de 28 profissionais da área educacional que são pagos com essa verba”, disse. A AMA existe há cerca de 20 anos na cidade e atende cerca de 60 crianças.
A Apae de Ribeirão Preto, que tem 283 alunos atendidos pela área educacional, também aplica o recurso para custear todo o suporte educacional. “A finalidade é manter o bom atendimento, pagando os professores e a equipe da área pedagógica”, disse José Carlos Sica Calixto, presidente da instituição. Para conseguir o recurso, a escola precisa estar com toda documentação regularizada junto a secretaria. “Temos o mesmo comprometimento de uma escola regular. O ano letivo é o mesmo e temos que ter formalizadas nossa proposta pedagógica e educacional”, disse.
Para Sandra Aparecida Lima, 38 anos, atual presidente da AMA e mãe de uma aluna, o atendimento tem contribuído muito para o atendimento da menina, que está há sete anos na instituição. “Desde os 6 anos a Ana Paula frequenta a entidade e percebo que são pessoas muito capacitadas”, disse Sandra, que assumiu a presidência no fim do ano passado.Segundo a vendedora Luiza Maia Mel, 23, desde que começou a frequentar a entidade, em 2008, a filha Gaia, de 5 anos, tem tido muita melhora. “Ela já está escrevendo o nome, vai duas vezes por semana e adora.”
FNDE pagou R$ 1,5 mi a mais em 2008
Ribeirão Preto recebeu cerca de R$ 1,5 mi a mais em 2008 do Fundo Nacional de Desenvolvimento em Educação (FNDE) para investir em educação básica —que inclui Ensino Infantil, Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2007 o repasse foi de R$ 8,1 mi e no ano passado, o valor chegou a R$ 9,7. O recurso é proveniente do salário-educação —verba arrecadada mensalmente e tem como alíquota 2,5% sobre a folha de pagamento dos trabalhadores das empresas e das entidades vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social.
De acordo com o ex-secretário municipal de Educação, José Norberto Callegari Lopes, o recurso funciona como uma reserva para a educação. “Todas as atividades complementares podem ser custeadas por esse recurso, devido a própria legislação, a verba permite mobilidade e por isso, tem maior facilidade operacional.”