Na realidade as empresas devem cumprir uma lei, a lei de cotas, e se não cumprirem pagam severas multas. E por que, mesmo com estas oportunidades, o deficiente físico continua pedindo esmola no farol? Pelo simples fato de que ele acredita que pode ganhar mais dinheiro do que se estivesse trabalhando registrado em uma empresa. E também pelo receio de perder o emprego e ter dificuldades em reaver o benefício da Previdência Oficial.
Bem, este é o pensamento em curto prazo, ou melhor, prazo imediato. Mas se ele pensar em sua dignidade, em conquistar espaço no mercado de trabalho, em seu futuro, terá de reavaliar a sua posição e se for inteligente e preparado procurará ingressar neste mercado.
Para piorar a imagem, muitos se vestem de atletas, seguram uma bola de basquete e em nome do esporte pedem dinheiro. Os verdadeiros atletas não estão nos faróis das cidades, mas sim treinando, trabalhando e estudando como qualquer outro indivíduo. Principalmente aqueles apoiados por uma instituição voltada ao esporte adaptado.
Dar dinheiro em farol para um deficiente necessariamente não é o melhor caminho para ajudar, os deficientes tem atualmente o mercado todo aberto para eles, podem se capacitar para exercer as funções que o mercado necessita. E as vagas estão aí, abertas, e muitas!
No Brasil existem cerca de 27 milhões de pessoas com deficiência e a grande maioria está dentro de suas casas em decorrência do processo de proteção familiar, falta de acessibilidade e condições de transporte público, entre outros fatores. Esse processo impossibilitou que as pessoas com deficiência tivessem acesso à rede de ensino público ou privado aumentando, assim, a exclusão social.
A exclusão social do deficiente resultou na Lei de reserva de vagas para o mercado de trabalho. A Lei No. 8.213/91 fixa os seguintes percentuais:
A Lei No. 8112 impõe que a União reserve, em seus concursos, até 20% das vagas a portadores de deficiências, havendo iniciativas semelhantes nos Estatutos Estaduais e Municipais, para o regime dos servidores públicos.
Como as empresas e empresários podem ajudar?
Investindo na capacitação das pessoas com deficiência antes de contratá-las. É muito importante as empresas investirem na capacitação voltada às competências pessoais, cognitivas, relacionais e produtivas. Além de inclusão digital, atendimento a clientes e práticas administrativas.
Este é um assunto muito importante, espero que todos empresários, deficientes, entidades, e interessados possam refletir a respeito!
Mário Mello
Consultor Webrun da seção Esporte Adaptado. Pós-Graduado em Treinamento Desportivo (CREF n.o 014686-SP), Representante da Achilles Track Club no Brasil, Treinador e idealizador do Programa ADD ACHILLES de corrida de rua e triathlon e fundador da Assessoria Esportiva Mário’s Team.