Sílvia Gus explica que em duas décadas e meia a Associação contribuiu bastante para o avanço nessa percepção dentro da sociedade potiguar, mas ainda é preciso fortalecer as ferramentas essenciais ao desenvolvimento das pessoas com problemas mentais. “Já temos casos de duas pessoas que concluíram o magistério e outros exemplos no país que terminaram inclusive a faculdade. A questão não é o preconceito, mas como trabalhar a inclusão das pessoas com Síndrome de Down e outras dificuldades mentais, a partir da acessibilidade e outros meios”, explica uma das diretoras da Associação, Sílvia Gus.
A discussão vai abordar os diferentes tipos de deficiência mental. “Vamos esclarecer sobre a convenção internacional assinada pelo Brasil recentemente, em que o país se compromete a adotar as medidas necessárias para promover os direitos essenciais a essas pessoas”, destaca. “As pessoas com síndrome de Down têm capacidade de realizar diversas atividades conferidas às demais, como ir à escola regular, trabalhar e tomar decisões sobre sua vida, respeitando suas limitações. A Convenção é um suporte legal para que se compreenda e se cobre essa inclusão”.
Ela explica que cada pessoa tem sua particularidade e isso também ocorre em relação ao grau da doença. “Existe um protocolo básico de atenção, mas é importante focar na necessidade específica de cada uma. Por exemplo, nem todos apresentam dificuldades na fala, ou necessitam de reforço escolar”.
O evento vai debater temas como “A importância da escola regular”, “A busca da capacidade jurídica” e “Família: onde começa a inclusão”. “Há um pensamento que diz que inclusão começa em casa porque quando a família acredita na capacidade dela é que essa compreensão se estende à escola e mercado de trabalho e à sociedade em geral”, diz Sílvia. O seminário contará com a presença dos diversos membros fundadores da Associação, que é formada por familiares de pessoas com Síndrome de Down.
A entidade não possui dados precisos sobre o número de famílias associadas ou de pessoas com Síndrome de Down no Rio Grande do Norte. “Por questões estruturais da Associação, ainda não atualizamos esses dados”. Mas o Censo/2000 do IBGE aponta que 14,5% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. A maioria das crianças com Síndrome de Down apresenta um padrão de crescimento diferenciado, geralmente, menores em estatura e peso do que as crianças sem a síndrome.