No Centro de Ensino Especial Nº 1 de Sobradinho, cidade próxima a Brasília, estudam 270 crianças com deficiência. A escola foi inaugurada em 1969 e a última reforma foi feita há 12 anos. Muitos alunos precisam de cadeira de rodas, mas o colégio só tem 10, e a maioria já está velha. Quando quebram, o conserto é improvisado. Em uma das cadeiras reformadas, um antigo teclado de computador serve de apoio para os pés e os fios seguram o restante.
Também há fios espalhados pelo telhado. Só que esses são de energia elétrica. Na caixa d’água a ferrugem tomou conta de tudo. Quando a reportagem do DFTV entrou nas salas de aula encontrou mais problemas: tem forro que já desabou, faltam equipamentos e estrutura para pessoas com deficiência. Alunos de 20, 30 anos, usam cadeiras feitas para crianças.
“Nós temos bons profissionais, boa vontade, mas que ficam limitados. As limitações existem por conta da falta de espaço, de material, de tudo”, conta a mãe de um aluno, Nilza Terezinha Nascimento.
Cimento
A área de lazer se resume a um pequeno parque velho e enferrujado. Tem brinquedo improvisado e outros quebrados. A ginástica – essencial para quem tem problemas motores – deveria ser feita num espaço com piso adequado, mas o da escola é de cimento. Um perigo, se alguém cair.
Para exercícios físicos os alunos só contam com uma escada, que seria para treinar o controle motor. Resta aos professores uma pequena sala de exercícios, com cinco bolas velhas e três velocípedes.
“O espaço que nós temos hoje não oferece as mínimas condições. Não tem condições de uso mesmo. A gente só usa por necessidade”, confessa o professor e presidente do conselho escolar, José Fernandes da Silva.
Há dois anos, os professores comemoraram o dinheiro doado para a construção de uma piscina aquecida. Mas o governo não fez a cobertura. Os alunos só podem usar quando está muito quente. O lugar acaba abandonado.
Os problemas também estão do lado de fora. Os alunos são transportados em duas Kombis, com mais de dez anos de uso. Não há cadeiras especiais para os pequenos, nem para os que têm problemas mais graves de locomoção.
R$ 22 mil
A professora Joana Lima conta que é difícil trabalhar. Diz que para conseguir ensinar e colaborar com o desenvolvimento, os professores trabalham fora do horário de aula. “Hoje, a escola sobrevive com a doação dos professores, dos servidores, dos pais e de toda a comunidade escolar. São as pessoas que sempre estão conosco.”
Ainda de acordo com a Secretaria de Educação, em maio o Centro de Ensino Especial nº 1 de Sobradinho recebeu R$ 22 mil para manutenção. Outras três parcelas, com o mesmo valor, vão ser liberadas até o fim do ano. O total de dinheiro para a manutenção é calculado com base no número de alunos.