O Sindicato dos Químicos do ABC e o Sindusfarma (Sindicato da Indústria Farmacêutica do Estado de São Paulo) assinam nesta segunda-feira a renovação do Pacto Coletivo para a Inclusão de Pessoas com Deficiência. Esse acordo vai garantir que os portadores de necessidades especiais sejam contratados e qualificados para atuar nas empresas fabricantes de medicamentos.
“A idéia é quebrar tabus. Se é a qualificação que impede a inclusão, então vamos fazer alguma coisa, vamos promover a capacitação”, conta Geraldo Melhorine, coordenador da Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico). “Essa não será mais a desculpa na mesa de negociação”, diz.
O pacto existe desde 2006. Nessa época, apenas 175 deficientes estavam empregados no setor. Com o acordo, 959 pessoas foram capacitadas, de acordo com o Sindusfarma. “Isso sem contar aqueles trabalhadores que nós qualificamos e que acabaram saindo para outros setores”, comenta Arnaldo Pedace, gerente de Relações Sindicais e Trabalhistas da organização.
No entanto, Pedace conta que ainda há um déficit de pessoas com algum tipo de deficiência na área, que emprega 40 mil pessoas no Estado, das quais 2.000 no Grande ABC. “Hoje, precisamos de 1.300 pessoas para atingirmos a Lei de Cotas, que determina a inclusão nas empresas. Esperamos chegar lá em um ano e meio, período de duração do acordo.”
Acordo – O pacto funciona como um acordo de cooperação entre as entidades patronal e dos trabalhadores para qualificar os portadores de necessidades especiais.
O termo é assinado também pela Superintendência Regional do Trabalho do Estado de São Paulo, órgão fiscalizador do Ministério do Trabalho e Emprego.
Esse novo documento permite que não só a qualificação seja promovida, mas também estimula a criação de um banco de dados de trabalhadores que apresentam deficiência, para facilitar a contratação desses profissionais pelas empresas fabricantes de medicamentos.