O Conselho Tutelar da Criança do CPA descobriu um adolescente de 14 anos que vinha sendo torturado pela companheira da própria mãe. O garoto, que é deficiente físico, vivia com as mãos amarradas e apresentava diversos hematomas pelo corpo resultantes de surras e castigos. As torturas ocorriam há vários meses na casa do menino, uma chácara no Recanto das Seriemas, na região do Altos da Serra, em Cuiabá. Além do casal de lésbicas, viviam no local o menino e seus dois irmãos.
A constatação da tortura ocorreu anteontem à tarde, quando a mãe do menino foi levada ao Conselho Tutelar, que solicitou exame de lesão corporal do menino. Além disso, representantes do Conselho conseguiram localizar o pai do garoto, que mora na região do CPA. Do Conselho Tutelar, o casal foi levado à Promotoria da Infância e Juventude da Capital, onde se comprometeu a cuidar do menino e dos outros dois filhos.
O nome da agressora não foi revelado. Policiais militares estiveram na chácara, mas a mulher tinha pego seus pertences e fugido. Diante da constatação da gravidade da situação, o Ministério Público Estadual (MPE) solicitou a prisão preventiva dela. O caso será encaminhado à Delegacia da Defesa da Criança e do Adolescente (Dedica), que por sua vez se in***birá da instauração de inquérito contra a mulher.
Ontem de manhã, a casa da chácara estava vazia e os vizinhos se recusaram a comentar a tortura. Eles admitiram saber do desentendimento da companheira e da mãe do menino e se mostravam assustados com a violência infligida ao garoto.
Uma representante do Conselho Tutelar informou que o menino está sob tratamento psicológico. Ela não quis relevar qual a deficiência do garoto, alegando que o caso está resolvido. “O menino sofreu tanto, estava tão variado, que nem se lembrava mais que tinha pai. Ainda bem que tudo está resolvido”, ressaltou.
A representante acrescentou que os programas sociais da Prefeitura de Cuiabá ajudarão o menino a se recuperar. “Falar sobre a violência sofrida pelo garoto, agora, não é o mais interessante. O que vale é que o menino terá uma nova vida, quer esquecer o que aconteceu”, justificou-se. O novo endereço onde o menino e a família estão morando não foi informado. (AR)