Moradores de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com deficiência física ou alguma limitação devido a problemas de saúde tiveram dificuldades ou não conseguiram votar na eleição deste domingo (7). Com insuficiência renal e tendo que conviver com um cateter que dificulta a locomoção, o aposentado Valdir Arruda saiu de casa disposto a votar em uma escola no Bairro Aparecida, mas não conseguiu. Das 1.523 seções eleitorais da cidade 97 foram destinadas para pessoas com deficiência.
Segundo Valdir, a seção dele era no segundo andar e como ele não pode subir escadas ficou impedido de votar. “Aqui um empurra para o outro. Não tem fiscal e ninguém é responsável. Disseram que preciso colocar em ata e que depois eu devo ir ao fórum. Eu estou doente”, disse.
Depois de quase três horas esperando Valdir foi embora revoltado e sem uma solução. “É uma indignação total com todos, com autoridades e com tudo neste país. Infelizmente essa é a situação de um ‘coitado’ que é obrigado por lei a votar”, comentou.
A filha de Valdir, Hewerling Arruda, tomou providência em relação ao assunto. “Eu chamei a policia porque depois se ele precisar fazer a justificativa do voto ele vai ter alguma prova”, contou.
Camila Andrade também possui limitações e ela, que votaria pela primeira vez, não conseguiu exercer seu direito de cidadã. “Fiz o meu título essa semana e infelizmente não pude votar porque minha seção é no segundo andar. Eu fico indignada por não poder votar e os meus pais terem que fazer isso para mim. Eu queria ter a sensação de votar pela primeira vez, mas não posso”, disse.
A deficiente visual, Francisca das Chagas, contou com a ajuda da filha para votar. “Precisa ter o piso tátil para que eu possa localizar a seção sozinha, porque nem sempre tem alguém para me acompanhar. O fone de ouvido também é algo importante já que, se não tiver ninguém comigo, eu não vou saber porque eu não vejo a foto”, explicou.