O protótipo inicial do colete foi obtido a partir de modelo tridimensional gerado com auxílio de equipamento de prototipagem rápida, baseado nos dados da tomografia computadorizada da coluna do garoto e agregou o trabalho de estilistas da empresa O Estudio, especializada em design e moda.
Algumas variações do colete foram mostradas ontem (21), na participação da grife no São Paulo Fashion Week. A coleção de coletes foi apresentada em um filme que levou ao público as imagens de modelos utilizando o acessório.
“Pela primeira vez no mundo a moda mostra um produto para deficientes”, destaca o designer do INT, Luiz Carlos Motta, responsável pelo projeto.
Leve e eficiente
A intenção do colete é manter a coluna e o pescoço eretos, permitindo mais segurança, conforto e mobilidade para a pessoa com limitação. Fugindo de modelos convencionais, rígidos e sustentados por uma faixa ao redor da cabeça, o modelo do INT é desenvolvido em material leve, flexível e utilizando um boné ou uma gola para sustentar o pescoço. Atuando como um exoesqueleto, o acessório abraça confortavelmente o corpo, por cima da roupa. A estruturação do tórax permite que o deficiente físico não caia quando sentado, impedindo também que penda excessivamente para o lado mais defeituoso.
A técnica empregada para a confecção assemelha-se à usada em roupas para mergulhadores. O colete é composto por três camadas: uma tela aramada flexível, e duas camadas de borracha EVA (etileno vinil acetato), uma mais espessa perto do corpo e, na parte externa, uma camada mais fina.
A confecção do protótipo teve como base imagens tridimensional da coluna do menino, por meio da tomografia, e o tratamento delas em um software específico. As imagens permitiram criar o modelo da estrutura óssea interna e da estrutura externa do tórax e produzir um manequim em tamanho real com o auxilio da máquina de prototipagem rápida. Esse modelo volumétrico serviu para a criação dos moldes finais dos coletes.
Desenvolvido com recursos do INT, a intenção da equipe que elaborou o projeto, é buscar agora o apoio da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis) do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para aprimorar e difundir para toda a sociedade os resultados deste projeto.