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05/02/2025
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Rosinha da Adefal e Thaíse Guedes prometem lutar pelos deficientes na Câmara Municipal

haíse e Rosinha são estreantes na política e prometem mudançasCom sorriso no rosto, as recém-eleitas vereadoras por Maceió Rosinha da Adefal (PTdo B) e Thaíse Guedes (PSDB) garantem que o grande pilar de seus mandatos será lutar pelos direitos dos deficientes físicos de Maceió. Rosinha, que sofreu paralisia infantil aos dois anos, e Thaíse, que contraiu meningite aos 13 anos e se diz vítima de erro médico, usam cadeiras de rodas para se locomover e prometem fazer com que a questão da acessibilidade seja mais discutida na Câmara de Vereadores.

“Quando falamos em acessibilidade, englobamos tudo, não é apenas a falta de rampas de acesso. Muita gente só pensa em rampas, mas queremos dignidade, queremos ter acesso à saúde, educação, empregos, queremos diminuir o preconceito que muita gente ainda tem em relação aos portadores de deficiência”, disse Rosinha, que disputou uma eleição pela primeira vez.

Também novata no pleito, Thaíse diz que vai contar com a ajuda de Rosinha para “fazer bonito” na Câmara e honrar os quase cinco mil votos que recebeu. Para começar, a jovem diz que é importante que o prédio do Poder Legislativo Municipal dê condições para que ela e Rosinha possam participar das sessões. Rosinha engrossa o coro com Thaíse e afirma que em Alagoas poucos prédios onde funcionam órgãos públicos possuem acessos para deficientes físicos.

“A Câmara terá que ser adaptada, só tem escadas e temos que subir já que as sessões acontecem no segundo andar. Temos um decreto da acessibilidade que determina que construções onde funcionem instituições públicas devem ter o acesso, mas nós contamos nos dedos onde isso acontece. Um exemplo disso é o Palácio do Governo”, colocou Rosinha.

A loira e a morena

Thaíse e Rosinha brincam dizendo que vão formar a dupla “A loira e a morena” na Câmara de Vereadores. As duas comemoram a eleição e dizem que as suas vitórias representam também um grande passo para aumentar a presença feminina na política. As duas garantem que a eleição para a Câmara é apenas o primeiro passo para que se consolidem no meio político do estado.

Rosinha diz que se lançou candidata para tentar ajudar os deficientes. Ela, que faz parte do Conselho Nacional dos Deficientes, contou que acompanhou algumas sessões na Câmara. Na última delas, a vereadora recém eleita disse que passou por uma situação “constrangedora”. Sem elevadores, Rosinha teve que ser carregada para poder chegar ao plenário.

“Foi uma contradição, porque era uma sessão pública para se discutir acessibilidade. Foi constrangedor, tive que subir com a ajuda de outras pessoas. Eu prometi que não voltaria à Câmara se não fosse para tentar mudar as coisas. Por isso, agora, vamos lutar para que possamos para melhorar a vida dos deficientes e de toda a população de Maceió”, colocou Rosinha.

Gerônimo e política

Sobre Gerônimo da Adefal, primeiro representante dos deficientes na Câmara, Rosinha diz que só tem boas lembranças. Ela diz que a lacuna deixada com a morte dele a fez amadurecer a idéia de se candidatar. Já Thaíse, que afirma esperar aprender com Rosinha, colocou que teve muito incentivo para entrar na política, até de nomes ilustres, como José Serra.

“Eu nunca acompanhei muito política, mas estou preparada para esse novo desafio. Sei que vou contar muito com a ajuda da Rosinha. Foi surpresa a nossa eleição e muita gente não acreditava que a gente conseguisse. Ouvi muitos comentários de gente que dizia: vou votar nela porque ela não tem mão e não vai roubar. A gente pode superar limites e vai provar isso para o povo de Maceió”, frisou Thaíse.

Para Rosinha, os obstáculos a serem vencidos são muitos, mas o que Gerônimo fez abriu as portas para os deficientes físicos do estado. “Ele foi uma grande liderança. Hoje ainda há muito a fazer, mas o Gerônimo fez muita coisa e devemos muito a ele. O corpo da gente é só um veículo. Acredito que Deus me deu essa missão para eu mostrar que mesmo com uma limitação as pessoas são capazes. Não é fácil, só quem passou por isso sabe, mas com força de vontade e apoio da família a gente chega lá”, finalizou Rosinha.

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